Yoweri Museveni escreveu hoje no X (ex-Twitter) que dois engenhos explosivos que as ADF, rebeldes que juraram lealdade ao grupo Estado Islâmico, "planeavam colocar nas igrejas de Kibibi (...) foram denunciados à polícia e desativados".
Hoje, mas mais cedo, o chefe de Estado do Uganda, de 79 anos, que governa o país com mão de ferro desde 1986, declarou que as forças ugandesas tinham realizado ataques aéreos no dia anterior contra posições das ADF na vizinha República Democrática do Congo (RDCongo). "Parece que muitos terroristas foram mortos", escreveu no X, sem dar mais detalhes.
As ADF poderão "tentar cometer atos terroristas aleatórios" no Uganda após estes ataques aéreos, alertou o Presidente.
Em setembro, a polícia do Uganda afirmou ter evitado um ataque bombista a uma catedral de Kampala e detido o homem suspeito de tentar ativar o dispositivo explosivo entre os fiéis.
Em junho, membros das ADF mataram 42 pessoas, incluindo 37 estudantes, numa escola secundária no oeste do Uganda, localizada muito perto da fronteira com a República Democrática do Congo.
Aquele foi o ataque mais mortífero no Uganda desde o duplo ataque em Kampala, em 2010, que causou 76 mortes.
O ataque de 2010 foi reivindicado pelo grupo islâmico Al-Shebab, com sede na Somália.
No seu último relatório sobre a RDCongo, publicado em junho, o grupo de peritos da ONU afirma que o EI "prestou apoio financeiro às FAD desde pelo menos 2019, através de um sistema financeiro complexo, envolvendo pessoas em vários países do continente, emanados da Somália e passando pela África do Sul, Quénia e Uganda.
Na origem dos rebeldes ugandeses maioritariamente muçulmanos, estabelecidos na RDCongo desde a década de 1990, as ADF juraram lealdade em 2019 ao EI, que reivindica algumas das suas ações e os apresenta como a sua "província centro-africana" (ISCAP, na sigla em inglês).
O Uganda e a RDCongo lançaram uma ofensiva conjunta em 2021 para expulsar as ADF dos seus redutos congoleses, não conseguindo até agora pôr fim aos ataques do grupo.
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