O Liceu Gambetta d'Arras, escola onde um professor foi morto na passada sexta-feira, em França, foi evacuado esta manhã. Em causa, estará uma ameaça de bomba.
A escola em causa é a instituição onde o docente Dominique Bernard foi morto, na sexta-feira, vítima de um ataque perpetrado por um ex-aluno de 20 anos, de nacionalidade russa, que estava a ser acusado de radicalismo.
De acordo com uma fonte próxima do caso, citada pela Agence France-Presse, o alerta surgiu na sequência de uma chamada telefónica que dava conta da presença um objeto explosivo.
O alerta "seguiu-se a uma mensagem recebida" através da Internet, disse a autarquia de Pas-de-Calais. "O autarca, no local, ordenou a evacuação do estabelecimento. Os desminadores estão a caminho do local", acrescentou.
A brigada de minas e armadilhas chegou ao local por volta das 10h30.
A France Bleu informa que cerca de uma centena de pessoas já foram retiradas do local.
???????? Le lycée Gambetta-Carnot d’Arras, où l'attentat s'est produit vendredi, est en cours d'évacuation après une alerte à la bombe. pic.twitter.com/61BZ1FgcGO
— vl_plus (@vl_plus) October 16, 2023
Recorde-se que, esta segunda-feira, pelas 14h00 (13h00 em Lisboa), será respeitado um minuto de silêncio nas escolas francesas em homenagem às vítimas de atentados nas escolas, anunciou no sábado o ministro da Educação, Gabriel Attal.
Desde sexta-feira, a França está em alerta de "ataque de emergência", o nível mais elevado do sistema Vigipirate, e planeia enviar 7.000 soldados para todo o país até segunda-feira.
"O clima de 'jihadismo', de ação, é evidente desde sábado passado", quando o Hamas atacou Israel, declarou no sábado o ministro do Interior, Gérald Darmanin, apresentando a sua "linha firme": a "expulsão sistemática de qualquer estrangeiro (...) considerado perigoso pelos serviços de informação".
O receio de um atentado levou à evacuação do Museu do Louvre e depois do Palácio de Versalhes, no sábado, com base em falsos alarmes, mas hoje ambos os equipamentos reabriram nos seus horários normais.
Desde a sua detenção, o autor do atentado, Mohammed Mogouchkov, que, segundo testemunhas, gritou "Allah Akbar", "não se explicou", declarou uma fonte policial à AFP.
Mogouchkov tinha sido recentemente monitorizado pela Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI), devido, segundo Gérald Darmanin, a ligações com o seu pai, que também foi investigado por radicalização e deportado em 2018, e com o seu irmão, preso por envolvimento num ataque planeado ao Palácio do Eliseu.
Segundo uma fonte policial, ele chegou a França em 2008 e, de acordo com as autoridades francesas, nasceu na república russa da Inguchétia, predominantemente muçulmana, mas não podia ser legalmente deportado por ter entrado no país antes dos 13 anos, como salientou Gérald Darmanin.
Desde o atentado contra o jornal satírico Charlie Hebdo, em janeiro de 2015 (12 mortos), uma série de ataques 'jihadistas' já matou mais de 260 pessoas em França.
[Notícia atualizada às 11h02]
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