Três dias após a morte de Dominique Bernard -- o professor que foi esfaqueado em frente a uma escola secundária em Arras por um ex-aluno radicalizado - o Presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu que a Escola continuará a ser um "baluarte contra o obscurantismo" e um "santuário para alunos e professores".
A homenagem prestada a Dominique Bernard - num cenário de segurança reforçada em França, face à ameaça terrorista - foi manchada por uma ameaça de bomba no estabelecimento de ensino onde o docente foi morto na sexta-feira, o que obrigou à retirada de estudantes e de professores das instalações, a meio da manhã.
Macron sublinhou que a morte de Bernard "fez tragicamente eco" do assassínio de outro professor, Samuel Paty, degolado há três anos nos subúrbios de Paris por um radical islâmico, depois de o docente ter mostrado caricaturas de Maomé durante uma aula.
Perpetrado por um jovem russo-checheno de 20 anos, sinalizado pelas autoridades por suspeitas de radicalização islâmica, o ataque de sexta-feira com uma faca, em Arras, que também provocou três feridos, reavivou o clima de medo no país, especialmente entre professores.
Antes do início da homenagem de hoje, Emmanuel Macron apelou à sua equipa de ministros para que "assumam um Estado implacável para com todos aqueles que carregam ódio e ideologias terroristas".
O Governo francês já ordenou uma reavaliação detalhada da situação de todos os estrangeiros passíveis de deportação que estão sinalizados por suspeitas de radicalização islâmica.
Após o ataque em Arras - e perante o risco de consequências da guerra em curso entre Israel e o Hamas - a França elevou na sexta-feira o nível de alerta de ataque para o seu nível máximo, tendo colocado em estado de prontidão cerca de 7.000 militares.
O Ministro da Educação Nacional, que solicitou o reforço da segurança em todos os estabelecimentos de ensino, anunciou também o envio de 1.000 agentes de segurança adicionais.
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