Arménia espera acordo de paz com Azerbaijão até fim do ano

O primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinyan, salientou hoje perante o Parlamento Europeu (PE) esperar um acordo de paz com o Azerbaijão até final do ano, apelando a Baku que também se empenhe neste objetivo.

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© Diego Herrera Carcedo / Getty Images

Lusa
17/10/2023 12:44 ‧ 17/10/2023 por Lusa

Mundo

Nagorno-Karabakh

"O único caminho possível é o da paz, mas para isso é preciso vontade política", afirmou, intervindo perante os eurodeputados, na sessão plenária em Estrasburgo (França).

O líder arménio recordou que está agendada, para o final deste mês, uma nova reunião tripartida com os presidentes do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e o do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmando esperar que Baku não volte a cancelar a sua participação e se empenhe em negociações de paz.

Pashinyan afirmou ainda que a Arménia está "perfeitamente preparada para estar cada vez mais próxima da União Europeia (UE)", com quem conta para conseguir, ainda este ano, conseguir fechar um acordo de paz com o Azerbaijão.

O chefe do governo de Erevan reiterou ainda ter havido "uma limpeza étnica no Nagorno-Karaback [na sequência do ataque azeri em setembro], tendo o enclave ficado "esvaziado da sua população".

"Apesar de todas as guerras, crises e dificuldades, estou aqui com a seguinte mensagem: a nossa região, do Cáucaso do Sul, necessita de paz, de fronteiras abertas e que os problemas se resolvam por via diplomática, pelo diálogo".

Pashinyan apelou ainda à abertura de uma "encruzilhada de paz" entre a Arménia e o Azerbaijão, que inclua as estradas, com uma circulação segura de bens, mercadorias e pessoas, as comunicações e energia.

Após a operação militar lançada pelo Azerbaijão no passado 19 de setembro, que conduziu à capitulação das forças separatistas, os militares russos dedicaram-se a fornecer ajuda humanitária à população da região, apoiando a evacuação de vilas e aldeias.

o exército do Azerbaijão lançou, em 19 de setembro, uma operação em Nagorno-Karabakh que levou à capitulação, em 24 horas, das forças separatistas arménias.

Na sequência da ofensiva, que causou cerca de 600 mortos, a maioria dos mais de 100 mil habitantes arménios abandonou precipitadamente a autoproclamada República do Artsakh (Nagorno-Karabakh), que anunciou a dissolução para 01 de janeiro de 2024.

O enclave do Nagorno-Karabakh, com maioria de população arménia cristã ortodoxa, declarou a independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990, mas os incidentes armados permaneceram frequentes na zona ou ao longo da fronteira oficial entre os dois países.

Leia Também: PE discute na próxima semana guerra no Médio Oriente e apoio à Ucrânia

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