A Eslovénia afirmou que os controlos de fronteira serão introduzidos no próximo sábado e durarão pelo menos 10 dias.
A Itália declarou na quarta-feira que suspenderá um acordo de fronteira aberta com a Eslovénia durante o mesmo período.
Estas decisões refletem as crescentes preocupações de segurança na Europa devido à guerra entre Israel e o Hamas.
Os ministros do Interior da União Europeia (UE) debatem hoje como gerir o impacto da guerra no bloco europeu, após um ataque com uma bomba incendiária a uma sinagoga de Berlim e os assassínios ocorridos na Bélgica e em França por supostos extremistas islâmicos.
O agressor no ataque ocorrido na Bélgica, um cidadão tunisino, teve o seu pedido de residência negado em quatro países europeus e recebeu uma ordem de deportação das autoridades belgas em 2021, tendo posteriormente desaparecido.
Somente após ter matado dois suecos na terça-feira, em Bruxelas, é que as autoridades da Bélgica o conseguiram localizar, tendo sido morto pela polícia.
O Governo da Eslovénia disse que o Ministro do Interior do país, Bostjan Poklukar, apresentará detalhes da sua decisão na reunião da UE no Luxemburgo.
Eslovénia, Itália, Croácia e Hungria estão todos entre os 27 países que pertencem ao espaço Schengen, a maior zona livre de circulação no mundo. Os países Schengen podem reintroduzir temporariamente controlos fronteiriços "no caso de uma ameaça grave à ordem pública ou à segurança interna".
Péter Szijjártó, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, culpou a decisão da Eslovénia pelas políticas de migração da UE que, segundo o político, estão a colocar em perigo tanto a segurança física como a prosperidade económica dos países europeus.
"A economia da Europa está a sofrer à medida que os controlos fronteiriços dentro do espaço Schengen dificultam e abrandam o comércio e as operações transfronteiriças das empresas", afirmou Szijjártó na rede social Facebook.
"Se Bruxelas não mudar a sua política de migração, poderemos encontrar-nos onde não queremos estar: na era de uma Europa dilacerada por velhas fronteiras", declarou Szijjártó.
Em Zagreb, o primeiro-ministro da Croácia, Andrej Plenkovic, expressou a esperança de que a decisão fosse temporária.
Tais medidas não são novas, acrescentou Plenkovic, e são o resultado do "aumento do movimento migratório e (ou) da ameaça terrorista".
"Devem continuar a ser uma exceção", disse Plenkovic.
O Governo de extrema-direita da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarou na quarta-feira que as autoridades da região fronteiriça nordeste de Friuli-Venezia Giulia identificaram 16.000 pessoas neste ano que entraram ilegalmente na Itália através da fronteira com a Eslovénia.
Isto soma-se às 140.000 chegadas de migrantes à Itália por via marítima, um aumento de 85% em relação a 2022.
Os migrantes chegam à Eslovénia vindos da Croácia e da Hungria depois de seguirem a chamada rota terrestre dos Balcãs, da Turquia para a Grécia ou Bulgária, Macedónia do Norte, Sérvia e Bósnia.
O Governo húngaro, em 2016, colocou cercas de arame farpado na sua fronteira com a Sérvia para impedir o fluxo de migrantes.
Outros países que estão a introduzir controlos nas fronteiras dentro do espaço Schengen da Europa incluem a Dinamarca e a Suécia, enquanto a França pretende manter os controlos em vigor até pelo menos maio de 2024.
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