Jenna Ellis declara-se culpada por tentar anular derrota de Trump

A advogada Jenna Ellis declarou-se terça-feira culpada de uma acusação de crime por esforços para anular a derrota eleitoral de Donald Trump em 2020 na Geórgia, admitindo em lágrimas perante o juiz olhar para trás com "profundo remorso".

Notícia

© JOHN BAZEMORE/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
25/10/2023 08:06 ‧ 25/10/2023 por Lusa

Mundo

EUA

Jenna Ellis, o quarto réu no caso a entrar em acordo com os procuradores, voz proeminente na campanha para a reeleição do ex-Presidente norte-americano, Donald Trump, nas últimas presidenciais dos Estados Unidos, foi acusada, a par do ex-chefe de Estado republicano e de 17 outras pessoas, de violar a lei anti-extorsão do estado da Geórgia.

Ellis declarou-se culpada de um crime de cumplicidade em declarações e escritos falsos. Tinha sido acusada de violar a lei da Geórgia relativa às organizações corruptas e influentes, conhecida como RICO, e de tentar a violação do juramento de um funcionário público, ambos crimes.

Ao usar da palavra depois de se declarar culpada, afirmou em lágrimas que não teria representado Trump após a eleição de 2020 se soubesse o que sabe agora, alegando que tinha confiado em advogados com muito mais experiência do que ela e não tinha conseguido verificar coisas que lhe disseram.

"O que eu não fiz, mas deveria ter feito, meritíssimo, foi certificar-me de que os factos que os outros advogados alegavam ser verdadeiros eram de facto verdadeiros", afirmou a advogada de 38 anos.

A confissão de culpa de Ellis surge poucos dias depois de dois outros arguidos, os advogados Sidney Powell e Kenneth Chesebro, se terem declarado culpados.

A admissão de culpa de Ellis eleva para três as pessoas de renome, responsáveis por promover ações judiciais infundadas contra a vitória eleitoral do democrata Joe Biden em 2020.

Todas concordaram em aceitar a responsabilidade pelos seus papéis, em vez de arriscarem prosseguir o julgamento e enfrentarem um júri. Um quarto arguido menos conhecido declarou-se culpado no mês passado.

Em resposta à pergunta de um jornalista no corredor de um tribunal em Nova York, onde enfrenta um processo relacionado com a suposta inflação do valor dos seus ativos, Trump disse que não sabia nada sobre o acordo de confissão de Ellis, considerando-o, ainda assim, "muito ruim", mas disse não estar preocupado.

"Não sei de nada, estamos totalmente inocentes de tudo, isso é perseguição política, é tudo o que é", afirmou.

Steve Sadow, o principal advogado de Trump no caso da Geórgia, usou a alegação de Ellis para lançar dúvidas sobre a legitimidade das acusações de extorsão que a procuradora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, apresentou contra todos os 19 réus.

"Pela quarta vez, Fani Willis e a sua equipa de acusação rejeitaram a acusação de RICO em troca de um acordo de liberdade condicional", afirmou.

"O que isso mostra é que o chamado caso RICO não passa de uma moeda de troca para a procuradora Willis", acrescentou, observando que Ellis se declarou culpada de uma acusação que não estava na acusação original e não envolve Donald Trump.

Jenna Ellis foi condenada a cinco anos de liberdade condicional, bem como a 5.000 dólares (4.721 euros) de indemnização, 100 horas de serviço comunitário, a escrever uma carta de desculpas ao povo da Geórgia e a testemunhar sinceramente em julgamentos relacionados com este caso.

As confissões antecipadas e consequentes punições favoráveis -- desde, logo a liberdade condicional, em vez de prisão - podem prenunciar resultados semelhantes para outros arguidos que venham a optar pela admissão de culpa e a cooperação.

Não obstante, o valor de cada uma destas pessoas como testemunhas contra Trump não é claro, uma vez que a sua participação direta, e admitida, em esquemas ilegais irá expô-las a ataques à sua credibilidade e a interrogatórios contundentes, caso venham a testemunhar.

A acusação no caso detalhou uma série de acusações contra Ellis, incluindo a de que ajudou a criar planos sobre como interromper e atrasar a certificação dos resultados das eleições de 2020 pelo Congresso em 6 de janeiro de 2021, dia em que uma multidão de apoiantes de Trump acabou por invadir o Capitólio dos Estados Unidos.

Leia Também: "Temos de salvar o país". Trump compara-se a Mandela durante campanha

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas