A sobrevivência na Faixa de Gaza está cada vez mais difícil. Com acesso limitado a ajuda humanitária, que vai entrando a conta-gotas, a falta de combustível está a obrigar hospitais a fechar, a internet está prestes a ser desligada e a ausência de água potável está a causar um crescimento exponencial de surtos epidémicos.
Enquanto isso decorre, os bombardeamentos israelitas não param e, em apenas 24 horas, foram mortos mais de 700 palestinianos. No total, foram mortos mais de 5.700 palestinianos desde o dia 7 de outubro, ao longo dos ataques de Israel como retaliação pelos ataques do Hamas - 2.300 dessas vítimas mortais são crianças.
O final de terça-feira também ficou marcado pelo discurso de António Guterres, o secretário-geral das Nações Unidas, que realçou que, apesar de "nada justificar o assassinato, o ataque e o rapto deliberados de civis", os ataques do Hamas "não aconteceram nada" e partiram de décadas de ocupação ilegal "sufocante" sobre o povo palestiniano. Israel não gostou que Guterres condenasse a violência contra civis de ambos os lados e, numa jogada diplomática quase inédita no contexto das Nações Unidas, o embaixador israelita pediu a demissão do secretário-geral.