"Um 'drone' não identificado despenhou-se hoje nas imediações de um edifício adjacente ao hospital de Taba, uma cidade no Mar Vermelho, no extremo nordeste do Sinai, onde existe um posto fronteiriço com Israel, "causando seis feridos ligeiros", disse o seu porta-voz no Facebook.
Ao fim da tarde, o porta-voz acrescentou que se tratava de "dois 'drones' vindos do sul do Mar Vermelho", cuja entrada sul faz fronteira com o Iémen. "Um foi abatido em Taba e o outro foi atingido fora do espaço aéreo egípcio no Golfo de Aqaba", uma cidade jordana próxima de Taba, "e alguns dos destroços caíram numa zona despovoada em Noueiba", mais a sul, acrescentou o porta-voz.
Por seu lado, a força aérea israelita declarou ter "frustrado uma ameaça aérea na zona do Mar Vermelho e intercetado alvos hostis".
O porta-voz dos Negócios Estrangeiros israelita, Lior Haiat, acusou os huthis, os rebeldes iemenitas apoiados pelo Irão e próximos do Hamas, de lançarem os 'drones' (aeronaves não tripuladas) para "prejudicar Israel".
Imagens difundidas nos meios de comunicação social locais e nas redes sociais mostram um edifício danificado e vários veículos rebentados nas imediações de Taba.
A península do deserto do Sinai é limitada a noroeste pela Faixa de Gaza e partilha a fronteira oriental com Israel.
O Egito, o mediador histórico entre palestinianos e israelitas, que detém a única porta de Gaza para o mundo que não está nas mãos de Israel, tem estado na linha da frente desde 07 de outubro, quando o Hamas levou a cabo um ataque surpresa sem precedentes em solo israelita que, desde então, causou mais de 1.400 mortos.
Como represália, Israel bombardeia agora incessantemente a Faixa de Gaza, matando mais de 7.000 pessoas, segundo o movimento palestiniano.
O Hamas, que detém o poder em Gaza, tal como outros grupos armados palestinianos, dispara regularmente rockets contra o território israelita e dispõe também de pequenos 'drones' de fabrico caseiro.
No domingo, o exército israelita anunciou que tinha disparado "por engano" um dos seus tanques contra uma posição egípcia nos arredores da Faixa de Gaza. O Egito comunicou o incidente e pediu desculpa ao exército israelita, que deu conta de "ferimentos ligeiros" entre as suas fileiras.
O Egito organizou uma "Cimeira da Paz" no domingo e tem apelado constantemente ao desanuviamento entre Israel e o Hamas.
Na quarta-feira, o Presidente Abdel Fattah al-Sissi passou em revista as suas tropas em Suez, à entrada do Sinai, apelando à "razão" e à "paciência", enquanto exortava os seus homens a "estarem sempre prontos".
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