De acordo com um comunicado do CICV, "os indivíduos libertados foram transportados de Cartum para Wad Madani, na sequência de um pedido das partes em conflito para que o CICV atuasse como intermediário neutro".
"O principal objetivo do CICV é garantir que qualquer operação de libertação seja no melhor interesse dos detidos, como por exemplo facilitar a sua reunificação com as suas famílias", disse Pierre Dorbes, chefe da delegação do CICV no Sudão.
Na mesma nota, Dorbes disse que estão "preparados para atuar como intermediários neutros para a libertação de mais detidos", uma notícia que surge três dias depois de as FAR terem anunciado a sua intenção de libertar 265 membros do exército para "criar confiança" para as conversações de paz que foram retomadas na quinta-feira, após meses de impasse.
Com a libertação hoje dos 64 detidos, continuam ainda 201 por libertar pelos paramilitares, segundo dados fornecidos pelo próprio grupo.
Esta ação não é a primeira do género, uma vez que o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) já mediou a libertação, no mês passado, de mais de 230 membros das RSF, capturados pelas forças armadas, entre os quais 30 menores.
Os paramilitares também libertaram cerca de 100 membros do exército em junho passado, por ocasião do feriado muçulmano de Aïd al-Adha, a festa muçulmana do sacrifício.
"Desde o início dos combates, em abril, o CICV facilitou a libertação e a transferência de 292 pessoas detidas no âmbito do conflito no Sudão", declarou a agência em comunicado.
Até agora, a violência causou a morte de quase 9 mil pessoas e a deslocação interna e externa de cerca de 6 milhões de pessoas, enquanto outros 25 milhões de sudaneses precisam urgentemente de ajuda humanitária, segundo a ONU.
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