A ajuda, no valor de 14,5 mil milhões de dólares (cerca de 13,5 mil milhões de euros), representa também a postura do novo líder da maioria republicana na Câmara, Mike Johnson, que conseguiu que o pacote de auxílio seja compensado com cortes nas despesas do Governo do Presidente democrata Joe Biden.
A abordagem de Johnson serve para reforçar a liderança do Partido Republicano na Câmara, mas também transforma o que normalmente seria uma votação bipartidária numa votação que divide democratas e republicanos, já que Biden anunciou que vetaria esta iniciativa legislativa.
Johnson explicou que esta ajuda forneceria a Israel a assistência necessária para se defender, libertar reféns detidos pelo Hamas e erradicar o grupo militante palestino, conseguindo "tudo isso enquanto também garante gastos responsáveis e a redução do tamanho do Governo federal."
Os democratas responderam que esta abordagem apenas atrasaria a ajuda a Israel.
O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, avisou mesmo que o projeto de lei -- que classificou de "incrivelmente pouco sério" - não passará no Senado.
Este primeiro esforço legislativo substancial no Congresso para apoiar Israel na guerra fica muito aquém do pedido de Biden, que continua a insistir que os Estados Unidos também devem continuar a ajudar o esforço de guerra da Ucrânia contra a Rússia.
Este é também o primeiro grande teste para Johnson como 'speaker' da Câmara, enquanto a maioria republicana tenta regressar ao trabalho, após um mês de turbulência desde a destituição de Kevin McCarthy por um grupo de congressistas conservadores radicais, próximos do ex-Presidente Donald Trump.
A Casa Branca alega que a abordagem de Johnson "não satisfaz a urgência do momento" e avisa que estabeleceria um precedente perigoso, ao exigir que os fundos de emergência impliquem cortes noutras áreas de governação.
Para compensar o montante da ajuda, os republicanos da Câmara pretendem cortes substanciais nos impostos, anulando os planos dos democratas.
Embora o montante de ajuda para Israel no projeto de lei da Câmara seja semelhante ao que Biden pretendia, a Casa Branca disse que o facto de o plano republicano não incluir assistência humanitária para Gaza é um "grave erro", à medida que a crise se aprofunda.
"Este projeto de lei romperia com a abordagem normal e bipartidária de fornecer assistência emergencial à segurança nacional", escreveu a Casa Branca na sua declaração sobre a política administrativa sobre a legislação.
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