"Os dois países sublinharam claramente que os ataques do regime sionista a Gaza devem cessar o mais rapidamente possível e que o povo [palestiniano] deve ser ajudado através do levantamento do cerco", disse o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, numa conferência de imprensa com o chefe do Governo iraquiano, Mohamed Shia al-Sudani, que está de visita a Teerão.
O líder iraniano acusou os EUA de mentir quando afirmam procurar um cessar-fogo em Gaza, mas depois vetam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, "permitindo assim que os sionistas cometam mais assassínios".
"As armas americanas, os serviços secretos e a ajuda financeira ao regime sionista encorajam os assassínios e as ações brutais contra o povo palestiniano", afirmou Raisi.
Al-Sudani, por seu lado, afirmou que "aqueles que não querem que a guerra se alastre devem pressionar Israel para que cesse o genocídio organizado e os assassínios em Gaza".
"A decisão de não arrastar a região para uma guerra em grande escala está nas mãos daqueles que cometem crimes contra Gaza", sustentou.
O primeiro-ministro iraquiano chegou esta manhã a Teerão, no âmbito de uma digressão regional que o levará a outros países da região para discutir a guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas.
Al-Sudani encontrou-se, no domingo, em Bagdad, com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que afirmou que os EUA estão a trabalhar arduamente para garantir que o conflito em Gaza não se agrave e não alastre.
Blinken considerou "totalmente inaceitáveis" os ataques das milícias pró-iranianas às bases norte-americanas no Iraque e na Síria e avisou que os EUA "tomarão todas as medidas necessárias para proteger" o seu pessoal.
Estas milícias fazem parte de uma aliança anti-israelita liderada pelo Irão e que inclui organizações militantes como o Hezbollah, o movimento islamita Hamas e a Jihad Islâmica, bem como outros grupos no Iraque e na Síria.
Em 07 de outubro, o Hamas lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
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