"Acho que agora não é altura para eleições", disse hoje Zelensky, cujo mandato termina em 31 de março, no seu discurso à nação.
O presidente ucraniano pediu para se evitar "tudo o que envolva divisão política", argumentando que é preciso um foco na "defesa" do país e na "batalha" que decidirá "o destino do país e do povo".
Zelensky apelou para que não se caia no pessimismo e nos conflitos internos e alertou que isso só é bom para a Rússia.
"E se for preciso acabar com isso ou com a disputa política e continuar trabalhando apenas na unidade, então o Estado tem estruturas capazes de acabar com isso e dar à sociedade todas as respostas necessárias para que não haja espaço para conflitos e jogos de outras pessoas contra a Ucrânia", disse o chefe de Estado.
Zelensky fez estas declarações dias depois de o seu antigo conselheiro Oleksí Arestovich ter pedido que as eleições não fossem adiadas e ter anunciado a sua intenção de concorrer às eleições presidenciais.
Arestovich tem sido, nos últimos meses, muito crítico da administração Zelensky e afirma ter sido alvo de pressões e ameaças por isso.
No discurso desta segunda-feira, o Presidente ucraniano descreveu como "totalmente irresponsável" e "frívolo" lançar a questão das eleições "em tempo de guerra" no debate público.
O sistema militar e de segurança ucraniano já tinha alertado para o desafio que seria garantir a segurança num dia de eleições em plena guerra e dar a todos os soldados, refugiados e pessoas deslocadas internamente a oportunidade de votar.
As palavras de Zelensky a favor do adiamento das eleições - como prevê a lei marcial em vigor desde o início da guerra no país - também ocorrem após o chefe do Exército, Valeri Zaluzhni, ter reconhecido pela primeira vez erros na estratégia militar adotada e reconhecido a estagnação da frente.
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