Segundo a estação de televisão estatal egípcia Al-Qahera News, 81 camiões carregados com material médico, água e alimentos chegaram hoje à Faixa de Gaza através de Rafah -- o único posto fronteiriço que não é controlado por Israel.
No entanto, este novo carregamento não incluiu, mais uma vez, combustível, um recurso essencial para o funcionamento de hospitais, padarias e estações de purificação de água, devido ao veto imposto por Telavive, por receio de que o combustível caia nas mãos do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica), desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel.
Segundo fontes humanitárias, 12 ambulâncias levaram para o Egito vários feridos, atendidos sobretudo no hospital de Al Arish, a 40 quilómetros de Rafah, e retiraram da Faixa de Gaza cidadãos estrangeiros e palestinianos com dupla nacionalidade, mas não especificaram quantos.
Até agora, foram mais de 1.400 as pessoas que saíram de Gaza para o Egito, desde que aquele país árabe abriu a passagem de Rafah, a 01 de novembro, para deixar entrar no seu território palestinianos com dupla nacionalidade e cidadãos estrangeiros retidos no território palestiniano, graças a um acordo com Israel, mediado pelos Estados Unidos e pelo Qatar.
O Egito estimou em cerca de 7.000 pessoas, de 60 nacionalidades, o total de palestinianos com passaporte estrangeiro e cidadãos de outros países que aguarda passagem para o país norte-africano.
A Faixa de Gaza tem sido fortemente bombardeada por Israel desde o ataque de dimensões sem precedentes do movimento islamita a território israelita, a 07 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
A retaliação de Israel começou por cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que já tem a cidade de Gaza sob cerco.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 33.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 10.569 mortos, na maioria civis, entre os quais 4.324 crianças, mais de 25.400 feridos e cerca de 1,5 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.
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