As rejeições foram publicadas pelos meios de comunicação norte-americanos The New York Times e CNN, bem como pelas três agências de notícias globais: Associated Press, Reuters e Agence France Presse.
A polémica começou com uma publicação 'online' na quarta-feira pela organização pró-israelita HonestReporting, que destacou o tratamento que considera desfavorável a Israel nos meios de comunicação social.
A HonestReporting sugeriu que fotojornalistas palestinianos independentes em Gaza -- ao serviço da Associated Press, Reuters, CNN e The New York Times - podem ter sido avisados antecipadamente do ataque pelo movimento islamita Hamas.
Após terem sido difundidas nas redes sociais, estas acusações foram retomadas pelo Governo israelita.
"Estes jornalistas são cúmplices de crimes contra a humanidade; as suas ações foram contrárias à ética profissional", disse na quinta-feira o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na rede social X (antigo Twitter).
"A agência de segurança interna de Israel anunciou que eliminará todos os participantes nos massacres de 07 de outubro. Os fotojornalistas que participaram na cobertura do ataque serão adicionados a esta lista", disse na mesma rede social o deputado Danny Danon, membro do Likud, partido de Netanyahu.
"A Associated Press não tinha conhecimento dos ataques de 07 de outubro antes de eles acontecerem", respondeu a agência norte-americana de notícias, em comunicado, na quinta-feira.
"A acusação de que alguém no The New York Times sabia antecipadamente dos ataques do Hamas ou acompanhou terroristas do Hamas durante os ataques é falsa e escandalosa", assegurou também o diário de Nova Iorque na quinta-feira, sublinhando que isso "colocava em perigo os seus jornalistas no terreno em Israel e Gaza."
A agência Reuters "negou categoricamente ter qualquer conhecimento prévio do ataque ou ter enviado jornalistas com o Hamas em 07 de outubro".
A CNN também negou ter qualquer conhecimento prévio dos ataques.
Ainda assim, a cadeia televisiva indicou que cessou toda a colaboração com o principal fotógrafo independente implicado pelo HonestReporting, ao mesmo tempo que sublinhou que "não tinha motivos nesta fase para duvidar da exatidão jornalística do trabalho" que ele tinha realizado no passado.
A agência francesa France Presse reagiu hoje porque, embora não seja citada entre os meios de comunicação destacados pelo HonestReporting, foi questionada nas redes sociais em França.
"Qualquer acusação de conluio entre os nossos jornalistas em Gaza e o Hamas durante o ataque de 7 de outubro é vil e difamatória, e reservamo-nos o direito de tomar qualquer ação em conformidade", disse o diretor de informação da agência francesa, Phil Chetwynd.
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