No lado oeste do país, as autoridades vão designar como reserva uma área com cerca de 800 quilómetros quadrados, que servem como locais importantes de amamentação e alimentação para o cachalote.
"Queremos garantir que estes animais majestosos e altamente inteligentes estejam livres de perigo e continuem a manter as nossas águas e o nosso clima saudáveis", disse o primeiro-ministro da Dominica, Roosevelt Skerrit, num comunicado divulgado na segunda-feira.
Os cientistas disseram que a reserva vai proteger os cachalotes, mas também ajudar a combater as alterações climáticas.
Embora os cachalotes possam mergulhar até uma profundidade de três mil metros, só defecam perto da superfície, algo que cria zonas ricas em plâncton, organismos que vivem em suspensão na água, capturam dióxido de carbono na atmosfera e o arrastam para o fundo do oceano quando morrem.
"Em alguns aspetos, os cachalotes estão a combater as alterações climáticas para nós", disse Shane Gero, fundador do Projeto Dominica Sperm Whale, um programa de pesquisa focado em cachalotes no leste das Caraíbas.
O biólogo disse ser essencial proteger uma espécie que só produz crias a cada cinco ou sete anos. "Uma cria presa [numa rede] pode significar o fim de uma família", salientou.
Cerca de dois milhões de cachalotes nadavam nas águas profundas da Terra antes do início da caça às baleias, em busca de óleo usado para iluminar casas e ruas e lubrificar máquinas. Agora, restam cerca de 800 mil, disse Gero.
Nas águas em redor da Dominica e em outros locais, cachalotes têm sido atingidos por navios, ficado presos em redes de pesca e afetados por resíduos agrícolas, limitando a sobrevivência.
O Governo da Dominica disse que a reserva vai permitir a pesca artesanal sustentável e estabelecer uma rota marítima internacional que possa evitar mais mortes de cachalotes, que têm o maior cérebro do mundo e podem crescer até um comprimento de 15 metros.
Assim que a reserva for criada, o primeiro-ministro, Roosevelt Skerrit, disse que o Governo vai nomear um dirigente e observadores para garantir que a área seja respeitada e os regulamentos do turismo baleeiro sejam aplicados.
Os visitantes ainda podem nadar com cachalotes e vê-los a partir de um barco, mas em número limitado.
A medida foi elogiada por cientistas e conservacionistas, incluindo Enric Sala, explorador residente da National Geographic.
"O Governo da Dominica percebeu que os cachalotes, que provavelmente estiveram aqui antes dos humanos, também são cidadãos da Dominica", disse Sala.
Os animais "passam a maior parte do ano no mar da ilha. Então, eles estão a cuidar de alguns dos seus cidadãos de uma forma que poucas nações fizeram antes", disse o ecologista.
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