A resolução, que constitui uma renovação direta das medidas, foi aprovada de forma unânime pelos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança, numa rara demonstração de consenso neste órgão da ONU.
Após a votação, o Reino Unido, responsável pelo dossiê do Iémen, destacou a unidade do órgão em torno desta questão, avaliando que será "crucial para assegurar progresso no frágil processo de paz" do país.
Também a Rússia destacou o seu apoio à renovação direta das sanções, advogando ser "a melhor forma de preservar o impulso necessário para alcançar uma solução pacífica para a crise no Iémen, num contexto de uma escala regional sem precedentes".
Uma questão fundamental em discussão no Conselho de Segurança tem sido a forma como o órgão pode apoiar as conversações de paz em curso e os esforços para estabelecer um cessar-fogo formal e um processo político inter iemenita sob os auspícios da ONU.
Em fevereiro passado, os membros do Conselho já haviam concordado com uma prorrogação técnica do regime de sanções, para dar espaço às conversações de paz entre os rebeldes Huthis e as forças sauditas e evitar perturbar este processo.
De 14 a 19 de setembro, uma delegação dos Huthis visitou Riade para uma nova ronda de conversações de paz com a Arábia Saudita, renovando as expectativas de que as duas partes possam estar perto de um acordo.
A Arábia Saudita lidera uma coligação militar que apoiou o governo internacionalmente reconhecido do Iémen durante a guerra de mais de oito anos no Iémen.
O Ministério das Relações Exteriores saudita saudou os "resultados positivos" das negociações. Dias depois, porém, um ataque de drone dos Huthis, em 25 de setembro ao longo da fronteira entre a Arábia Saudita e o Iémen, matou quatro soldados do Bahrein que serviam na coligação.
Os rebeldes Huthis, que controlam o norte do Iémen e a capital Sanaa desde 2014, não comentaram o ataque.
A violência no Iémen esmoreceu desde 02 de abril de 2022, dia em que entrou em vigor um cessar-fogo mediado pela ONU, num país que, segundo essa organização internacional, é 'palco' da pior catástrofe humanitária no planeta, com mais de 23 milhões de pessoas a precisarem de ajuda humanitária.
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