"Estou horrorizado com os relatos dos ataques militares ao hospital Al-Shifa, em Gaza", declarou o subsecretário da ONU para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, na rede social X (antigo Twitter).
Israel afirma que o hospital Al-Shifa serve de base estratégica para o movimento islamita palestiniano Hamas, que controla a Faixa de Gaza e realizou um ataque sem precedentes em 07 de outubro em solo israelita.
Desde então, Israel respondeu a este ataque com bombardeamentos e operações terrestres na Faixa de Gaza.
"A proteção dos recém-nascidos, dos pacientes, do pessoal médico e de todos os civis deve ter prioridade sobre todas as outras preocupações", insistiu Griffiths, em reação ao ataque militar israelita ao hospital Al-Shifa.
"Os hospitais não são campos de batalha", sublinhou o responsável da ONU.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), bem como o responsável da Organização Mundial da Saúde (OMS), disseram estar "extremamente preocupados" com o impacto dos combates sobre a equipa médica, os pacientes e os civis que encontraram refúgio no hospital.
O CICV recordou que "os pacientes, o pessoal médico e os civis devem ser protegidos em todos os momentos", sublinhando que está em contacto "com as autoridades envolvidas".
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou na mesma rede social que "as informações sobre uma incursão militar no hospital A-Shifa são profundamente preocupantes".
Ghebreyesus ressaltou que a OMS mais uma vez perdeu contacto com a equipa de saúde do hospital.
"Estamos extremamente preocupados com a segurança deles e dos seus pacientes", acrescentou o responsável da OMS.
O imenso complexo hospitalar está no centro dos combates entre soldados israelitas e combatentes islâmicos há vários dias e representa um objetivo importante para Israel, que está determinado a "aniquilar" o Hamas.
Cerca de 2.300 pessoas, segundo a ONU, incluindo pacientes, cuidadores e deslocados de guerra, estão neste hospital em condições insalubres, sem água ou eletricidade.
O ataque de 07 de outubro em Israel deixou cerca de 1.200 mortos, principalmente civis, e 240 reféns foram levados pelo Hamas para a Faixa de Gaza, segundo as autoridades israelitas.
Segundo o Governo do Hamas, os bombardeamentos incessantes de Israel sobre a Faixa de Gaza mataram 11.320 palestinianos, incluindo 4.650 crianças e 3.145 mulheres.
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