"Tomámos conhecimento da decisão de hoje e vamos agora ponderar os próximos passos. Não era este o resultado que queríamos, mas passámos os últimos meses a planear todas as eventualidades e continuamos totalmente empenhados em parar os barcos", afirmou, num comunicado.
Uma conferência de imprensa sobre o tema foi anunciada para as 16:45.
O Tribunal Supremo britânico declarou hoje "ilegal" o plano do Governo britânico de deportar imigrantes ilegais para o Ruanda, concordando com os receios de que o país africano não é um destino seguro.
Anunciado há um ano e meio, durante o Governo de Boris Johnson, o objetivo era enviar alguns migrantes que chegam ao Reino Unido como clandestinos ou em pequenos barcos através do Canal da Mancha para o país da África Oriental, onde os seus pedidos de asilo seriam processados.
Os que obtivessem asilo ficariam no Ruanda, em vez de regressarem ao Reino Unido.
O Governo britânico argumentou que esta política pretendia dissuadir as pessoas de arriscarem as suas vidas ao atravessar uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo e iria destruir o modelo de negócio de grupos de contrabando de pessoas.
Na leitura da sentença, o juiz Robert Reed explicou que em causa estava saber neste caso "se existem motivos substanciais para acreditar que os requerentes de asilo enviados para o Ruanda estariam em risco real de repulsão", ou seja, o envio forçado para países onde estariam em risco de perseguição e de outros tratamentos desumanos.
"O Tribunal de Recurso concluiu que existiam tais motivos. Somos unanimemente da opinião de que teve o direito de chegar a essa conclusão. De facto, tendo nós próprios analisado as provas, concordamos com essa conclusão", vincou, vocalizando a decisão do coletivo de cinco juízes.
Sunak reivindicou no comunicado que "o Tribunal Supremo - tal como o Tribunal de Recurso e o Tribunal Superior antes dele - confirmou que o princípio de enviar migrantes ilegais para um país terceiro seguro para processamento é legal".
"A imigração ilegal destrói vidas e custa aos contribuintes britânicos milhões de libras por ano. Temos de acabar com ela e faremos tudo o que for preciso para o fazer. Porque quando as pessoas souberem que, se vierem para cá ilegalmente, não poderão ficar, deixarão de vir e nós pararemos os barcos", concluiu.
A organização humanitária Amnistia Internacional saudou a decisão do Tribunal e urgiu o Governo a "pôr fim a um capítulo vergonhoso da história política do Reino Unido".
"O acordo com o Ruanda - um país com um historial de graves violações dos direitos humanos, incluindo detenções arbitrárias, tortura e repressão da liberdade de expressão - foi extremamente mal concebido e cruel", afirmou o diretor executivo da organização no Reino Unido, Sacha Deshmukh.
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