"Um centro de comando operacional, armas e recursos tecnológicos foram encontrados no edifício de ressonância magnética do Hospital Al Shifa, na cidade de Gaza", declara um comunicado as Forças de Defesa Israelitas (FDI), adicionando que as suas tropas continuam "a operação precisa e direcionada contra a organização terrorista Hamas" nesta unidade hospitalar.
Em reação, o Ministério da Saúde do Governo do Hamas apenas disse, citado pela agência France Presse, que o exército israelita "não encontrou armas nem equipamento militar" no hospital Al Shifa e que "não autoriza" a presença de armamento nos seus estabelecimentos hospitalares.
As FDI descrevem que, quando os soldados entraram no complexo hospitalar, "enfrentaram vários terroristas e mataram-nos" e, em seguida, durante buscas num dos departamentos do hospital, "localizaram uma sala com bens tecnológicos, além de equipamentos militares e de combate" utilizados pelo Hamas.
Num outro departamento do hospital, os soldados também localizaram "um centro de comando operacional e ativos tecnológicos pertencentes ao Hamas", provando, disse hoje aos jornalistas o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, que o movimento usa as instalações hospitalares para "fins militares e terroristas, em desrespeito das leis internacionais".
Os dados tecnológicos e a "extensa informação localizada" foram transferidos para análise completa pelas autoridades competentes, referem as FDI.
"As FDI continuam a operar no complexo hospitalar, ao mesmo tempo que extraem informações e evitam danos para equipas médicas e civis ali abrigados", declara ainda a mesma nota, que é acompanhada por vídeos exibindo armamento alegadamente encontrado dentro das instalações do Al Shifa.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 40.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.500 mortos, na maioria civis, 29.800 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.
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