O embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Gilad Erdan, considerou, esta quarta-feira, que a resolução aprovada pelo organismo que apela à implementação de pausas humanitárias nos combates em Gaza e à criação de corredores humanitários "não tem sentido" e está "desligada da realidade". Isto porque, na sua ótica, "os terroristas do Hamas nem sequer lerão a resolução, e muito menos cumpri-la-ão".
"A resolução do Conselho de Segurança da ONU está desligada da realidade e não tem sentido. Independentemente do que o Conselho decida, Israel continuará a agir de acordo com a lei internacional, enquanto os terroristas do Hamas nem sequer lerão a resolução, e muito menos cumpri-la-ão", escreveu o responsável, na rede social X (Twitter).
Erdan considerou ainda ser "lamentável" que o organismo "continue a ignorar, a não condenar, ou mesmo a mencionar o massacre levado a cabo pelo Hamas a 7 de outubro, que conduziu à guerra em Gaza".
"É realmente vergonhoso!", acusou, ao mesmo tempo de apontou que "a estratégia do Hamas consiste em deteriorar deliberadamente a situação humanitária na Faixa de Gaza e aumentar o número de vítimas palestinianas, a fim de motivar a ONU e o Conselho de Segurança a parar Israel".
The @UN Security Council’s resolution is disconnected from reality and is meaningless. Regardless of what the Council decides, Israel will continue acting according to int’l law while the Hamas terrorists will not even read the resolution at all, let alone abide by it. It is…
— Ambassador Gilad Erdan גלעד ארדן (@giladerdan1) November 15, 2023
Quando a este último ponto, o embaixador foi taxativo: "Isso não vai acontecer. Israel continuará a agir até que o Hamas seja destruído e os reféns sejam libertados."
De notar que a resolução da ONU, da autoria de Malta, recebeu 12 votos a favor e três abstenções, nomeadamente dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Rússia. O documento, que foi aprovado esta quarta-feira, tem um forte ângulo humanitário, concedendo especial destaque às crianças em Gaza.
Apesar de ser liderado por Malta, este projeto de resolução foi fruto do trabalho dos 10 membros não-permanentes do Conselho de Segurança, que decidiram agir face aos vetos apresentados por membros permanentes aos anteriores quatros projetos que foram a votos e acabaram rejeitados.
Depois do ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), tendo acordado com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.
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