"Não tenho a certeza se as negociações são reais", defendeu Herzog, lançando suspeitas sobre a eficácia do resultado das negociações em curso entre as autoridades israelitas e o grupo islamita, com mediação do Qatar, procurando uma solução para o conflito aberto desde 07 de outubro.
"Para ser honesto, ainda não vejo uma resposta séria do Hamas", argumentou o líder israelita, em entrevista à agência espanhola de notícias EFE, a partir da residência presidencial em Jerusalém.
"Vejo que há avanços e recuos. Sei que existe um processo de mediação por parte do Qatar", acrescentou o Presidente, que, no entanto, expressou o seu receio de que o Hamas esteja a realizar "jogos psicológicos para enlouquecer Israel".
"Este é o momento de oferecer algo e de mostrar seriedade na libertação de reféns, começando pelas crianças e mulheres", disse Herzog, referindo-se à possível libertação de pelo menos alguns dos 239 reféns em Gaza.
O Presidente também agradeceu ao Egito pela sua postura "muito ativa e positiva" na apresentação de propostas, apesar das "circunstâncias complexas".
Questionado sobre se Israel estará disposto a embarcar numa troca de prisioneiros, conforme solicitado pelo Hamas, Herzog limitou-se a dizer que ainda não se está nessa fase.
O Presidente israelita também acusou o líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, de ser "um megalómano, ao estilo Hitler", que "não entende a capacidade dos humanos de conversar".
Segundo fontes, parte do problema da negociação é que não são os líderes políticos do Hamas no Catar que tomam as decisões no terreno, o que corresponde à ala militar do movimento na Faixa, além do facto de que cada ronda de diálogo leva "dois ou três dias".
Com tudo isso, as rondas de negociações continuam em locais itinerantes, tanto em Doha, capital do Qatar, quanto no Egito, com a participação também dos Estados Unidos, com o objetivo de chegar a um acordo definitivo entre ambas as partes o mais rápido possível.
A cadeia de intermediários significa que Israel, os EUA, o Qatar e o Egito se reúnem primeiro e depois transmitem a mensagem aos líderes do Hamas em Doha e, mais tarde, em Gaza.
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