O líder do partido de extrema-direita La Libertad Avanza, Javier Milei, foi eleito presidente da Argentina, este domingo. Milei, que se autodescreve como um "anarcocapitalista", protagonizou uma reviravolta eleitoral ao vencer Sergio Massa na segunda volta das eleições presidenciais.
Com perto de 87% dos votos contados, Javier Milei segue com 55,95% e Sergio Massa com 44,04%, segundo resultados parciais oficiais.
Em conferência de imprensa, o candidato de centro-esquerda e atual ministro das Finanças do país, Sergio Massa, já admitiu a derrota e anunciou que congratulou o adversário pela vitória.
"Os argentinos escolheram outro caminho", disse Massa, acrescentando que se irá retirar da vida política. Javier Milei, 53 anos, "é o presidente que a maioria dos argentinos elegeu para os próximos quatro anos", declarou.
"Mas saibam que sempre contarão comigo para defender os valores do trabalho, a educação pública, a indústria nacional e o federalismo como valores centrais da Argentina", assinalou o candidato do bloco peronista.
Milei, um declarado apoiante do ex-presidente norte-americano Donald Trump, prometeu durante a campanha introduzir o dólar dos Estados Unidos como moeda nacional, para combater a inflação de três dígitos, entre outras ruturas nas políticas económicas e financeiras do país.
Outra proposta é uma redução drástica do número de ministérios, para apenas oito, o que levou o seu adversário a afirmar durante a campanha que estava em causa prestação de serviços essenciais à população, incluindo Saúde e Educação.
Na primeira volta, em 22 de outubro, Sergio Massa obteve 36,78% dos votos, enquanto Milei, que é apoiado pelo ex-presidente Mauricio Macri e se define como um "anarcocapitalista" - uma forma extrema de liberalismo defensora de uma sociedade capitalista sem Estado - ficou com 29,99%.
Para a reta final da eleição, Milei obteve o apoio da terceira classificada na primeira volta, Patricia Bullrich.
O próximo presidente argentino, que sucederá ao peronista Alberto Fernández (2019-2023), governará a partir de 10 de dezembro para o período 2023-2027.
As mesas de voto para a segunda volta das eleições presidenciais argentinas de hoje encerraram às 18h00 locais (21h00 em Lisboa), com a participação em 76%, informaram fontes oficiais.
A Câmara Nacional Eleitoral (CNE) argentina indicou que 76% dos 35,8 milhões de argentinos habilitados para votar acudiram às urnas para escolher entre Massa e Milei.
A confirmar-se esta participação nos resultados finais, que serão divulgados durante a próxima semana, será a participação mais baixa desde o regresso à democracia após a última ditadura militar (1976-1983), segundo a agência EFE.
O anterior mínimo data de 2007, quando se registou uma participação de 76,20%.
O voto é obrigatório para cidadãos entre 18 e 70 anos e facultativo para idosos e jovens de 16 e 17 anos, bem como para aqueles que vivem no exterior.
[Notícia atualizada às 23h59]
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