Ministro israelita sugere pena de morte para resistentes palestinianos
A proposta foi avançada pelo partido de Itamar Ben Gvir, o ministro ultranacionalista conhecido por declarações ofensivas sobre muçulmanos e árabes.
© MENAHEM KAHANA/AFP via Getty Images
Mundo Israel/Palestina
O comité de segurança nacional israelita viu discutir esta segunda-feira uma proposta apresentada pelo Otzma Yehudit, o partido de extrema-direita ultranacionalista que faz parte do governo, que pede que seja introduzida a pena de morte contra militantes de grupos de resistência armada palestinianos.
Através do Twitter (agora X), o polémico ministro da Segurança Interna, Itamar Ben Gvir afirmou que a pena de morte "contra terroristas já não é uma questão de esquerda ou direita", mas sim uma "lei moral e essencial para o estado de Israel".
A proposta do Otzma Yehudit não separa os militantes do Hamas de militantes de grupos presentes na Cisjordânia ocupada, em cidades como Jenin ou Nablus, onde, ao contrário da maioria da Palestina, onde a resistência é não-violenta, vários grupos de resistência armada continuam a tentar responder às frequentes rusgas e ações policiais israelitas.
"Tenho a certeza que a lei terá apoio dos dois lados da bancada", disse Itamar Ben Gvir, um dos ministros mais controversos do governo de Benjamin Netanyahu.
No entanto, a medida não terá o apoio de muitas famílias de reféns israelitas e, durante a sessão do comité de segurança nacional do Knesset (o parlamento israelita), representantes do movimento 'Missing Families Forum' implorou que o governo não adotasse a pena de morte, argumentando que colocaria ainda mais em risco os seus familiares.
"Falem sobre vida, não sobre morte. Retirem a lei, se tiverem um coração", disse um familiar, citado pelo Haaretz. A grande maioria dos familiares dos reféns tem pedido a Netanyahu que seja mais ativo nas negociações para a entrega de reféns e pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O ministro da Segurança Interna é conhecido por várias posições extremistas contra pessoas árabes e muçulmanas, por promover discurso de ódio islamofóbico, por realizar visitas consideradas ofensivas à mesquita de Al Aqsa, em Jerusalém, e por defender uma ocupação total dos territórios palestinianos, sendo a favor dos colonatos ilegais (sendo ele próprio um habitante de um dos colonatos mais radicais, em Kiryat Arba).
Num programa em agosto, Ben Gvir foi criticado por organizações internacionais como a Human Rights Watch, e até pela Casa Branca, depois de admitir, em direto, que os judeus têm um direito de movimento superior aos árabes na Cisjordânia ocupada. O ministro é ainda um fervoroso apoiante de movimentos zionistas desde os 16 anos e chegou a ser considerado culpado por incitamento ao racismo.
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