"Este facto só nos causa profundo pesar, porque há muito que mantemos boas relações com a Finlândia, pragmáticas e baseadas no respeito mútuo", afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, citado pela agência noticiosa russa TASS.
"Lamentamos que estas relações tenham sido substituídas por uma posição exclusivamente russofóbica, à qual os dirigentes começaram agora a aderir. Infelizmente, é esta a situação", afirmou.
Peskov também excluiu a possibilidade de a Rússia fazer algo para alterar esta decisão, devido à falta de diálogo entre Moscovo e Helsínquia, pela qual o porta-voz do Kremlin culpa a parte nórdica.
"Não fomos nós que começámos a reduzir o diálogo", disse.
Peskov rejeitou igualmente os argumentos da Finlândia para justificar o encerramento, segundo os quais as autoridades russas têm vindo a incentivar a passagem irregular de pessoas provenientes sobretudo do Médio Oriente, a fim de criar tensões na fronteira e forçar o país vizinho a acolher mais refugiados.
"Não aceitamos tais acusações. Naturalmente, a passagem da fronteira é utilizada por aqueles que têm o direito legal de o fazer. A este respeito, os nossos guardas fronteiriços cumprem integralmente todas as suas instruções oficiais", sustentou.
Na semana passada, a Finlândia anunciou que, a partir da meia-noite de sexta-feira para sábado passado, quatro dos nove postos fronteiriços - os do sudeste - ao longo dos 1.330 quilómetros que partilha com a Rússia seriam encerrados por um período de pelo menos três meses.
A Finlândia invocou que nos últimos meses, coincidindo com a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), se registou um aumento significativo do número de chegadas irregulares provenientes da Rússia.
Outros países da região referiram situações semelhantes ao longo das suas fronteiras comuns com a Rússia.
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