É o primeiro do género desde o início da guerra, iniciada em 07 de outubro.
Quarenta camiões, pessoal médico e técnicos jordanos entraram hoje no enclave através da passagem de Rafah, que liga a Península do Sinai à Faixa de Gaza e é a única via de acesso ao território governado pelo grupo islamita palestiniano Hamas não controlada por Israel.
"Este hospital será erguido em Khan Younes", no sul da Faixa de Gaza, onde as instalações médicas "recebem diariamente centenas de feridos, devido aos bombardeamentos aéreos e de artilharia", declarou Mohammed Zaqout, diretor-geral dos hospitais do enclave palestiniano.
O hospital de campanha conta com 41 camas, segundo as autoridades da Jordânia.
No norte do pequeno território palestiniano, alguns hospitais são alvos diretos de ataques do exército israelita, que acusa o Hamas de utilizar as instalações hospitalares como bases militares, alegações que o movimento islamita rejeita.
No domingo, o exército israelita divulgou imagens apresentadas como provenientes das câmaras de vigilância do hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, que mostravam reféns a serem levados para a unidade hospitalar a 07 de outubro, o dia do ataque do Hamas ao sul de Israel, ação que desencadeou o conflito.
Os hospitais do sul do território não foram atingidos, mas estão sobrecarregados devido ao fluxo de feridos e pela preocupante proliferação de doenças causadas pela deterioração das condições sanitárias.
Em todo o território, faltam ambulâncias, eletricidade, equipamento e pessoal.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) registou mais de 44.000 casos de diarreia e 70.000 infeções respiratórias graves nos 154 abrigos abertos pela ONU em Gaza para acolher cerca de 900.000 pessoas deslocadas.
Estes números, segundo alertou a OMS, podem ser muito mais elevados à medida que caem fortes chuvas sobre o território, aumentando o risco de epidemias.
Os responsáveis médicos em Gaza garantem que irão chegar outros dois hospitais de campanha, desta vez enviados pelos Emirados Árabes Unidos e pelo Qatar.
Após a chegada da estrutura jordana, Aëd Yaghi, responsável pela área da ajuda médica humanitária no Ministério da Saúde do enclave, congratulou-se com "um passo positivo que ajudará a aliviar o setor hospitalar".
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