Essa movimentação "pode durar ainda algum tempo", até que se atinja "um equilíbrio e depois deverá parar", referiu o geofísico Bruno Faria, em conferência de imprensa.
Como consequência, poderá ainda haver mais sismos nos próximos dias, que serão sentidos pela população, mas é baixa a probabilidade de que sejam mais fortes que o registado a 30 de outubro, com magnitude de 4,8 na escala de Richter e que provocou prejuízos ligeiros nalgumas casas e estruturas.
Sismos menos intensos, mas ainda sentidos, "com magnitude entre três e quatro, é muito provável que venham a acontecer nos próximos dias", afirmou.
Ainda assim, "pode dizer-se que não há motivos para preocupações, porque os dados sugerem que o magma está a propagar-se na horizontal" e não na vertical, em direção à superfície, ou seja, não há sinais que permitam antever qualquer erupção, acrescentou.
Segundo Bruno Faria, "tendo em conta o número de dias que já passaram desde o início da crise", há três semanas, "se houvesse a possibilidade de o magma avançar na vertical, já estaria a propagar-se".
"A população pode ficar tranquila nesse aspeto", reiterou, acrescentando que os sismos que têm ocorrido resultam das deformações induzidas pela introdução de magma na base da ilha.
Sobre a prontidão da vigilância, o geofísico recordou que, há nove anos, os sistemas de monitorização que o INMG tem no terreno atuaram conforme planeado, permitindo lançar antecipadamente o alerta de evacuação de várias áreas, antes da erupção do vulcão da ilha do Fogo.
Hoje, aquele vulcão está em repouso e a base da ilha Brava, 30 quilómetros a poente, deve continuar a tremer nas próximas semanas, uma atividade sísmica independente do Fogo e que vai decorrer até o magma encontrar um novo equilíbrio no subsolo, adiantou.
Os abalos fazem parte da história da ilha Brava, onde vivem cerca de 5.500 pessoas.
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