"Estamos muito otimistas sobre a decisão que podemos esperar em meados de dezembro [...]. Depois, não acredito que demore muito [porque] já fazemos parte" dos mercados europeus ao nível da energia, do digital e comum, disse a vice-primeira-ministra para a Integração Europeia e Euro-Atlântica da Ucrânia, Olga Stefanishina.
Falando à imprensa europeia que acompanhou a visita do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, à capital ucraniana, Kiev, a três semanas de os líderes UE decidirem sobre o início de negociações formais com a Ucrânia, a responsável sublinhou: "Já estamos largamente integrados e em condições de planear os próximos passos".
De acordo com Olga Stefanishina, "todas as decisões que dependem da Ucrânia estão a ser respondidas".
Por essa razão, "não espero que seja um processo interno [para a Ucrânia] muito difícil, até porque a maior oposição que enfrentávamos era de oligarcas e monopolistas, barreiras que já não existem", apontou.
Referindo-se à cimeira europeia de dezembro, Olga Stefanishina disse antever que, "no final do dia, se celebre a aprovação".
"Ainda há um longo caminho a percorrer, mas se [o processo] for mesmo baseado no mérito não consigo imaginar um outro país do mundo que esteja em melhores condições", vincou.
Já questionada sobre eventuais bloqueios, a governante destacou antes "o consenso" ao nível comunitário.
A visita de Charles Michel surge a três semanas de os líderes da UE decidirem sobre o início das negociações formais para a adesão da Ucrânia à UE, depois de a Comissão Europeia ter recomendado, em meados deste mês, que o Conselho avance dados os esforços feitos por Kiev para cumprir requisitos, embora impondo condições como o combate à corrupção.
Na altura, o executivo comunitário vincou que a Ucrânia tem de fazer progressos, que serão avaliados num relatório a publicar em março de 2024.
A decisão cabe agora ao Conselho da UE, na formação de Assuntos Gerais, e deverá ser tomada no dia 12 de dezembro, mas o aval final será dado pelos chefes de Governo e de Estado da União, que se reúnem em cimeira europeia poucos dias depois, a 14 e 15 de dezembro, em Bruxelas.
Perante desacordos entre os ministros europeus, a última palavra é dos líderes da UE.
O alargamento é o processo pelo qual os Estados aderem à UE, depois de preencherem requisitos ao nível político e económico.
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