O Corno de África enfrenta chuvas torrenciais e inundações ligadas ao fenómeno meteorológico El Niño, que já causaram dezenas de mortos e deslocações em grande escala, nomeadamente na Somália, onde as chuvas torrenciais destruíram pontes e inundaram zonas residenciais.
Em comunicado, as autoridades somalis citam a Agência de Gestão de Catástrofes do impacto das inundações e confirmaram que cerca de 96 pessoas morreram nas inundações repentinas causadas pelas chuvas do El Nino.
Na nota acrescenta-se que cerca de dois milhões de pessoas "foram afetadas pela catástrofe".
Um relatório anterior, divulgado na segunda-feira pela Agência de Gestão de Catástrofes da Somália, estimava em 50 o número de mortos e em mais de 700 mil o número de pessoas deslocadas.
As autoridades de Mogadíscio declararam o estado de emergência em 12 de novembro, em resposta à dimensão da catástrofe.
O Corno de África é uma das regiões mais vulneráveis às alterações climáticas e os fenómenos meteorológicos extremos são cada vez mais frequentes e intensos.
De acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), pelo menos 43 pessoas morreram devido a inundações na Etiópia e mais de 60 no Quénia.
A região está a sair da pior seca dos últimos 40 anos, após várias estações chuvosas dececionantes que deixaram milhões de pessoas necessitadas e devastaram as culturas e o gado.
O El Niño, geralmente associado ao aumento das temperaturas, às secas em algumas partes do mundo e às chuvas fortes noutras, deverá continuar até abril.
Este fenómeno meteorológico já causou estragos na África Oriental.
Entre outubro de 1997 e janeiro de 1998, inundações gigantescas na sequência de chuvas torrenciais causadas pelo El Niño mataram mais de 6.000 pessoas em cinco países da região.
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