"Os prisioneiros foram entregues à Cruz Vermelha, que os levará aos egípcios", através do posto fronteiriço de Rafah, e depois aos israelitas, disse uma das fontes à France-Presse (AFP) que não precisa detalhes sobre os reféns libertados.
Uma fonte do braço armado do Hamas, as brigadas al-Qassam, confirmou a informação a um jornalista da AFP: "As brigadas al-Qassam realizaram a operação. Este é o primeiro grupo em conformidade com o acordo".
Segundo o Qatar, um dos mediadores do acordo, 13 mulheres e crianças seriam levadas pelo CICV para a passagem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e depois repatriadas do Egito para Israel.
A trégua entre Israel e o Hamas em Gaza entrou em vigor na manhã de hoje, naquele que foi o primeiro sinal de apaziguamento após semanas de guerra.
Durante esta pausa negociada de quatro dias, 50 reféns detidos na Faixa de Gaza deverão ser libertados, bem como 150 prisioneiros palestinianos.
A meio do dia, uma lista de 39 nomes de prisioneiros palestinianos - 15 crianças e 24 mulheres - que poderiam ser libertados em troca de reféns foi também divulgada pela comissão responsável pelos prisioneiros dentro da Autoridade Palestiniana.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora naquele enclave palestiniano pobre cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
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