"Temos de impedir qualquer tentativa de dividir a Faixa de Gaza em várias partes ou de a conquistar. Não existe uma solução militar para Gaza", afirmou Mahmoud Abbas.
A Autoridade Palestiniana rejeitou ainda qualquer plano para "deslocar os palestinianos de Gaza e da Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental", numa conferência de imprensa após o seu encontro com David Cameron, que viaja pelo Médio Oriente, em Ramallah.
O Presidente informou o Ministro britânico sobre os acontecimentos mais recentes nos territórios palestinianos ocupados, em especial na Faixa de Gaza.
Abbas apelou o "cessar-fogo imediato e o fim de toda a agressão israelita contra o povo de Gaza e da Cisjordânia", que descreveu como "genocida".
De acordo com a agência de notícias palestiniana, WAFA, o Presidente sublinhou igualmente a importância do cessar dos ataques das "forças de ocupação e dos colonos terroristas na Cisjordânia".
Abbas salientou também a importância de "libertar os fundos palestinianos retidos pelo Governo de ocupação israelita".
"A paz e a segurança só podem ser alcançadas através de uma solução política baseada na ideia de dois Estados, com Jerusalém Oriental como capital do Estado palestiniano, no quadro do direito internacional e da Iniciativa Árabe de Paz, para pôr fim à ocupação israelita", afirmou, antes de apelar a Cameron para que reconheça o Estado da Palestina.
David Cameron reiterou o apoio do Reino Unido à concessão de ajuda humanitária a Gaza, no segundo dia da sua visita à região, depois de se ter reunido ontem com altos funcionários do Governo israelita.
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico anunciou a atribuição de 30 milhões de libras (34.5 milhões de euros) em ajuda humanitária para apoiar os seus "parceiros de confiança", incluindo as agências da ONU que operam no terreno.
"Esta ajuda é vital para a população de Gaza", declarou Cameron num comunicado.
"Com este montante, sobe para 60 milhões a ajuda suplementar anunciada pelo Reino Unido para os civis palestinianos desde o início da crise em outubro", referiu o comunicado.
Cameron expressou orgulho da prestação de auxílio a Gaza e referiu que um quarto avião de ajuda britânico irá aterrar hoje no Egito.
O MNE realçou a "importância vital da proteção dos civis" e adiantou ainda que Londres está a "analisar novas formas de fazer chegar a ajuda a Gaza por mar, terra e ar".
A guerra eclodiu quando membros do Hamas invadiram o sul de Israel, matando pelo menos 1.200 pessoas, na maioria civis, e fazendo mais de duas centenas de reféns, incluindo bebés, mulheres e idosos, bem como soldados.
Os bombardeamentos israelitas em Gaza, agora na sétima semana, fizeram até agora neste enclave palestiniano pobre cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
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