Foi libertado, este sábado, o segundo grupo de reféns do Hamas, do qual fazem parte dois irmãos com ligações a Portugal. Em troca, Israel libertou 39 prisioneiros palestinianos.
Inicialmente tinha sido anunciada a libertação de 13 reféns israelitas e sete estrangeiros, em troca de 39 prisioneiros palestinianos. Contudo, após várias horas de atraso, foram libertados 13 reféns israelitas, mais quatro tailandeses.
Entre os libertados das prisões israelitas contam-se "33 crianças e seis mulheres", enquanto os prisioneiros israelitas libertados pelo Hamas são oito crianças e cinco mulheres, para além dos quatro estrangeiros.
Entre os reféns israelitas que hoje regressaram a Israel estão os irmãos Alma Or, de 13 anos, e Noam Or, de 17, filhas de Dror Or, de nacionalidade portuguesa, que continua em cativeiro. A Comunidade Israelita do Porto confirmou ao Notícias ao Minuto a libertação dos jovens, que não têm nacionalidade portuguesa, uma vez que são menores e a legislação dos sefarditas abrange apenas os maiores de idade. A libertação também foi confirmada à Lusa por fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Note-se que Dror Or foi capturado pelo Hamas juntamente com os filhos, depois de a sua mulher ter sido assassinada. O homem, judeu descendente de sefarditas, obteve nacionalidade portuguesa já depois de ter sido raptado pelo movimento islamita palestiniano.
Com Dror, Alma e Noam Or estava ainda Liam Or, de 18 anos, que é sobrinho de Dror, e que também continua refém do Hamas.
Além dos irmãos Or, foi ainda libertada Hila Rotem, de 14 anos, cuja mãe também continua refém, Emily Hand, de 8 anos, Sharon Avigdori, de 52 anos, e a sua filha Noam, de 12, Shoshan Haran, de 67 anos, Shiri Weiss, de 53 anos e a sua filha, Noga Weiss, de 18, Maya Regev, de 21 anos, Adi Shoham, de 38 anos, e os filhos Yahel, de 3 anos, e Naveh, de 8. O marido de Adi também continua em cativeiro.
#Gaza #Israel #Thailand #Ireland: Day 2. 13 Israeli + 4 Thai hostages released after a delay — including Emily Hand. Hearing 2 mothers and 2 daughters have been separated sadly; which is against the truce #BringThemHomeNow 🇮🇱️ pic.twitter.com/EC4ISH4Mma
— Polly Rendall (@PollyRendall) November 25, 2023
Recorde-se que Hamas adiou a entrega de um segundo lote de reféns e acusou Israel de violar os termos do acordo a que chegaram relativamente à entrada de ajuda humanitária e à libertação de prisioneiros palestinianos de alta patente.
Depois de várias horas de silêncio após o anúncio do Hamas, o governo israelita informou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu realizou esta tarde "uma avaliação da situação com todos os elementos de segurança para verificar se a segunda fase está a decorrer como planeado".
De acordo com os meios de comunicação social hebraicos, Israel ameaçou o grupo islamita de retomar a sua ofensiva militar em Gaza se não libertasse o segundo grupo de prisioneiros até à meia-noite.
As partes concordaram esta semana, com a mediação do Egito, do Qatar e dos EUA, em trocar 50 reféns israelitas por 150 prisioneiros palestinianos durante uma trégua de quatro dias e em permitir a entrada de 200 camiões de ajuda humanitária por dia na Faixa de Gaza.
O grupo islamita lamentou que a ajuda que chegou ao norte da Faixa de Gaza tenha sido "muito inferior ao acordado", acusou Israel de não ter cumprido o critério de antiguidade ao libertar ontem 39 prisioneiros; e de ter violado a trégua ao matar a tiro dois habitantes de Gaza que tentavam visitar as suas casas no norte do enclave durante uma pausa nos combates.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) - desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas fez até agora na Faixa de Gaza mais de 14.000 mortos, na maioria civis, e mais de 30.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais.
Segundo as Nações Unidas, a guerra já provocou 1,7 milhões de deslocados em Gaza.
[Notícia atualizada às 16h17]
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