Papa está a melhorar e vai manter alguns dos compromissos, diz Vaticano
O papa Francisco está a sentir-se melhor e alguns dos seus próximos compromissos foram confirmados e outros adiados para que possa "dedicar-lhes o tempo e a energia desejados", revelou hoje o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.
© REUTERS/Guglielmo Mangiapane
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Francisco pode assim realizar a esperada visita à COP28, no próximo fim de semana, que decorrerá no Dubai, sendo a primeira vez que a Santa Sé é participante ativa nas conversações contra a crise climática e não apenas um agente de persuasão moral.
As audiências do papa este sábado foram canceladas, depois do Vaticano ter divulgado que o sumo pontífice apresentava sintomas semelhantes aos da gripe.
Este domingo, a sua oração do Angelus foi proferida na capela da residência Casa Santa Marta, onde mora, dentro do Vaticano, em vez da varanda do Palácio Apostólico, noticiou a agência ANSA.
Durante a oração, o argentino de 86 anos revelou que sofria de uma inflamação pulmonar e pediu a um de seus assessores, para ler o seu discurso.
"A condição do papa é boa e estável, não tem febre e a sua situação respiratória está claramente a melhor", frisou hoje o porta-voz do Vaticano.
"Para ajudar na recuperação do Papa, alguns compromissos importantes programados para os próximos dias foram adiados para que ele possa dedicar-lhes o tempo e a energia desejados. Outros, de natureza institucional ou mais fáceis de apoiar dado o seu atual estado de saúde, foram mantidos", acrescentou.
Bruni frisou que os exames realizados no sábado "descartaram pneumonia, mas mostraram uma inflamação pulmonar a causar algumas dificuldades respiratórias".
O porta-voz destacou que o papa está a receber antibióticos por via intravenosa para tratar a inflamação.
A audiência geral semanal do papa às quartas-feiras no Vaticano ocorrerá como de costume, garantiu hoje a Santa Sé.
Será o primeiro encontro direto de Francisco com fiéis desde sábado.
O papa teve vários problemas de saúde nos últimos anos e meses.
Mais recentemente, esteve "um pouco constipado" no início deste mês, mas continuou com todos os seus compromissos conforme planejado.
A saúde de Francisco tem sido motivo de debate desde que deixou claro que estaria preparado para renunciar se a doença o impedisse de fazer o seu trabalho, tal como o seu antecessor Bento XVI fez de forma surpreendente, em fevereiro de 2013.
Quanto à sua próxima viagem ao Dubai, Francisco salientou hoje que considera que a conferência poderá ser um ponto de viragem na transição energética.
"Se acreditamos na capacidade do ser humano de transcender os nossos interesses mesquinhos e de pensar em grande escala, não podemos desistir de sonhar que a #COP28 levará a uma aceleração da transição energética", sublinhou o papa Francisco através da rede social X (antigo Twitter).
As Nações Unidas têm vindo a insistir na necessidade de adoção imediata de "medidas espetaculares" para impedir um maior aquecimento global, quando o planeta caminha para os 2,9ºC de aquecimento.
Para impedir um aumento de 3°C das temperaturas no final do século, todos os países terão de reduzir emissões muito para além das promessas atuais, cortando 42% das emissões até 2030 se quiserem não ultrapassar os 1,5°C, uma meta assumida em 2015 no Acordo de Paris sobre redução de emissões, indica um relatório da ONU.
A COP28 decorre entre 30 de novembro e 12 de dezembro no Dubai, com a ambição de fazer o primeiro balanço global do Acordo de Paris.
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