"A operação 'Inundação al-Aqsa' mudou a onda das políticas dos EUA, onda que será eliminada se a inundação continuar", afirmou, defendendo ser essencial conseguir a retirada das tropas dos Estados Unidos da América (EUA) da região para "acabar com o seu domínio" no Médio Oriente.

"Embora a operação [os ataques do Hamas] tenha sido contra o regime sionista, foi também um ato para retirar os Estados Unidos da região", considerou Khamenei, segundo a transcrição de declarações fornecidas pelo 'site' oficial do líder supremo iraniano.

Para Ali Khamenei, "a alteração de dualidades falsas impostas na região" é outra das características da situação no Médio Oriente após os ataques do grupo islamita palestiniano Hamas.

"As dualidades entre árabes e não-árabes, xiitas e sunitas e o mito do 'Crescente Xiita' diminuíram", argumentou.

A expressão 'Crescente Xiita' refere-se ao alegado formato que teriam na região as áreas em que a população xiita é maioritária, composta pelo Bahrein, Irão, Iraque e Síria.

"Perante as dualidades impostas, uma nova dualidade chamada 'resistência e submissão' passou a dominar a região", sublinhou o líder supremo iraniano.

Por outro lado, Khamenei destacou que a nova realidade da região inclui "a resolução da questão palestiniana", que implica que "a soberania palestiniana seja aplicada em todos os territórios palestinianos", e defendeu a realização de um referendo para determinar o futuro de Israel e da Palestina.

Khamenei também acusou Israel pela "selvajaria" da sua ofensiva militar contra Gaza e afirmou ironicamente que "a cultura e a civilização ocidentais causaram o martírio de 5.000 crianças com bombas de fósforo em nome da autodefesa".

A atual guerra no Médio Oriente começou em 07 de outubro, quando o grupo islamita Hamas atacou de surpresa Israel, matando mais de 1.200 pessoas, segundo as autoridades israelitas. O grupo islamita palestiniano fez também mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou guerra ao Hamas e passou a bombardear diariamente a Faixa de Gaza, enclave palestiniano controlado pelo Hamas desde 2007, além de bloquear a entrada de bens essenciais como água, combustível e medicamentos.

Com a mediação dos Estados Unidos, Qatar e Egito, as duas partes acordaram fazer uma trégua no conflito para permitir acesso a ajuda humanitária e troca de reféns e prisioneiros, que começou na sexta-feira e termina oficialmente hoje, após ter sido prolongada por mais dois dias.

Até ao início da trégua, os ataques do exército israelita na Faixa de Gaza tinham matado mais de 14 mil pessoas, segundo o Hamas.

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