OPEP contraria pretensões africanas e corta produção de petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderada pela Arábia Saudita, vai cortar a produção de crude entre 600 mil a 1 milhão de barris por dia em 2024, contrariando a pretensão da Nigéria e de Angola.

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Lusa
30/11/2023 19:32 ‧ 30/11/2023 por Lusa

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OPEP

Os 13 ministros da OPEP, liderados pela Arábia Saudita, e os seus dez aliados, liderados pela Rússia, concordaram em "reduzir ainda mais a produção entre 600.000 e um milhão de barris por dia", escreve a agência francesa de notícias, a France- Presse (AFP), citando uma fonte próxima das discussões.

A declaração oficial da reunião, disponível no site da OPEP, não faz referência ao número global do corte na produção, especificando que, para o caso de Angola e da Nigéria, a produção terá de limitar-se a 1,11 milhões e 1, 5 milhões de barris diários, respetivamente.

"De acordo com a decisão da 35.ª reunião ministerial da OPEP e não OPEP, a finalização da análise pelas três fontes independentes (IHS, Wood Mackenzie e Rystad Energy), o nível de produção que pode ser atingido por Angola, Congo e Nigéria é o seguinte: Angola com 1,110 milhões de barris diários, Congo com 277 mil barris diários e Nigéria com 1,5 milhões de barris diários", lê-se na declaração divulgada no site no final da reunião.

A reunião de hoje foi adiada face à resistência dos países africanos em aceitar o corte da produção permitida ao abrigo do acordo entre os 13 países da OPEP e os 10 aliados, mas as agências internacionais de notícias não dão conta de 'vitória' da Arábia Saudita , que mantém o objetivo de baixar a produção para fazer subir os preços do petróleo.

Além do corte hoje anunciado, a Arábia Saudita deverá prolongar a sua redução voluntária de um milhão de bairros por dia para além de 2023, segundo a mesma fonte mencionada pela AFP, que dá conta da tentativa da Arábia Saudita de convencer os parceiros africanos a compartilhar o fardo da redução da produção.

Nigéria e Angola, os dois maiores produtores de petróleo na África subsaariana, produzem cerca de 1,5 e 1 milhão de barris diários, respetivamente, e querem 'autorização' do cartel para produzir mais, tendo em conta as perspetivas de um aumento da produção a partir do próximo ano em dois países.

A divergência durou desde junho deste ano, quando foi determinada uma redução dos objetivos de produção para estes países, ao mesmo tempo que foi acordado um aumento das exportações dos Emirados Árabes Unidos devido às suas grandes reservas, escreve a AFP.

A OPEP está incluída na Argélia, Angola, Guiné Equatorial, Gabão, Irão, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, República do Congo, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela, que se juntam mais dez aliados, entre os quais estão a A Rússia, o México, o Azerbaijão e o Cazaquistão, e o Brasil, que deverão entrar no grupo em janeiro de 2024.

Leia Também: Angola rejeita cortar quotas e entra em rota de colisão com OPEP+

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