"Insultuoso". Famílias de reféns revoltadas após reunião com Netanyahu
A reunião, que pretendia ser um fórum para os mais de 100 reféns libertados contarem aos ministros do gabinete de guerra a sua experiência em cativeiro, ficou marcada pelos apelos dos familiares que ainda têm entes queridos reféns.
© Reuters
Mundo Israel/Palestina
Alguns entes queridos de reféns do grupo islâmico Hamas ficaram revoltados com a postura adotada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, durante uma reunião, esta terça-feira, tendo alegado que se sentiram desrespeitados face à aparente falta de planos por parte da liderança israelita para o regresso dos restantes reféns. Um homem chegou, inclusivamente, a sair a meio do encontro.
Dani Miran, cujo filho Omri foi raptado pelo Hamas no dia 7 de outubro, disse ao Canal 13 de Israel que saiu a meio da reunião, depois de sentir que foi tratado com condescendência.
"Não vou entrar em detalhes sobre o que foi discutido, mas todo este desempenho foi feio, insultuoso e confuso", disse, tendo acusado o governo de ter transformado a situação numa "farsa".
"Dizem 'nós fizemos isso, nós fizemos aquilo'. [Mas o líder do Hamas em Gaza, Yahya] Sinwar foi quem devolveu o nosso povo, não eles. Irrita-me que digam que ditaram coisas. Não ditaram nada”, acrescentou, citado pela agência Reuters.
Por seu turno, Jennifer Master, cujo parceiro Andrey também continua refém, adiantou ao Canal 12 que "foi uma reunião muito turbulenta, com muitas pessoas a gritar".
"Estamos todos a tentar garantir que os nossos entes queridos voltam para casa. Há quem queira as mulheres que ainda lá estão, há quem queira as crianças, e há quem queira os homens", complementou.
A reunião, que pretendia ser um fórum para os mais de 100 reféns libertados contarem aos ministros do gabinete de guerra a sua experiência em cativeiro, ficou marcada pelos apelos dos familiares que ainda têm entes queridos reféns.
"Ouvi histórias que partiram o meu coração, sobre sede e fome, sobre abusos físicos e mentais. Ouvi e vocês também ouviram, sobre casos de violência sexual e de violações brutais como nunca antes visto", disse Netanyahu, em conferência de imprensa, no final do encontro.
Depois do ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), tendo acordado com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.
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