O novo líder da maioria republicana, Mike Johnson, transmitiu hoje de manhã esta mensagem de 'intransigência' aos colegas do partido, antes do discurso em vídeo do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky aos senadores, um 'briefing' confidencial que o Governo Biden organizou para enfatizar o quão desesperadamente é necessária a ajuda norte-americana.

Biden está a pressionar o Congresso para que este aprove o pacote de ajuda militar, económica e humanitária, sendo que o pedido de 'injeção' de segurança fronteiriça nas negociações está a dificultar o progresso.

"A batalha é pela fronteira. Fazemos isso primeiro como uma prioridade máxima e cuidaremos dessas outras obrigações", frisou Johnson, em conferência de imprensa.

Momentos antes, Johnson tinha referido aos congressistas do Partido Republicano, numa reunião à porta fechada, que o tema da segurança na fronteira é um 'ponto irredutível', de acordo com um republicano presente na reunião citado pela agência Associated Press (AP).

Os republicanos insistem em recuperar a ideia de Trump de ampliar o muro ao longo da fronteira, bem como de tornar drasticamente mais difícil para os migrantes solicitarem asilo nos EUA.

Johnson reiterou hoje a sua posição numa carta à Casa Branca, um dia depois de as autoridades alertarem que os EUA ficarão sem financiamento para enviar armas e assistência à Ucrânia até ao final do ano, ameaçando a sua capacidade de combater a invasão da Rússia.

As exigências do Partido Republicano podem pôr em perigo qualquer legislação que surja do Senado, onde um grupo bipartidário está a tentar chegar a acordo sobre um conjunto reduzido de propostas de política de fronteira.

Os republicanos nessas negociações reconheceram que não estão a insistir nas políticas gerais incluídas na legislação da Câmara dos Representantes, criando atrito entre as duas câmaras.

O senador James Lankford, republicano de Oklahoma, disse que "não era racional" esperar que o Senado (câmara alta do Congresso) fortemente dividido aprovasse um projeto de lei que não obteve um único voto democrata na câmara baixa.

Até agora, as negociações do Senado centraram-se numa proposta para aumentar o limiar inicial para os migrantes entrarem no sistema de asilo, bem como limitar a capacidade do poder executivo de admitir migrantes através de liberdade condicional humanitária.

Os democratas deram um passo atrás nas negociações no início desta semana, dizendo que os republicanos não estavam dispostos a fazer concessões.

Os senadores republicanos estão a fazer uma contraproposta, mas ainda dizem que bloquearão o pacote de financiamento se este não incluir uma política de segurança fronteiriça com a qual possam concordar.

À medida que as negociações avançavam, o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, está a pressionar para uma 'votação-teste' na quarta-feira sobre o financiamento de emergência para a Ucrânia, Israel e outras necessidades de segurança nacional, mas sem as disposições sobre a fronteira que os republicanos exigem.

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