O antigo primeiro-ministro britânico, que estará na capital federal dos Estados Unidos até quinta-feira, terá encontros com o seu homólogo norte-americano, Antony Blinken, com o secretário da Defesa, Lloyd Austin, mas também com membros Republicanos e Democratas do Congresso.
Num comunicado, divulgado a propósito desta deslocação, Cameron lembrou que o Reino Unido e os Estados Unidos da América (EUA) estão "profundamente ligados por uma missão partilhada de defesa dos valores que proporcionam segurança e prosperidade".
"É por isso que continuamos inabaláveis no nosso apoio à Ucrânia. Se permitirmos que a agressão de [Presidente russo, Vladimir] Putin seja bem-sucedida, estaremos a encorajar aqueles que desafiam a democracia e ameaçam o nosso modo de vida. Não os podemos deixar prevalecer", vincou.
A visita de Cameron acontece numa altura em que a Casa Branca (Presidência norte-americana) receia que a ajuda militar à Ucrânia seja interrompida se o Congresso norte-americano não aprovar financiamento adicional nas próximas semanas, até ao final do ano.
O Presidente norte-americano (Democrata), Joe Biden, pediu ao Congresso, em 20 de outubro, que aprovasse um pacote excecional de mais de 100 mil milhões de dólares para responder às emergências do momento, nomeadamente para ajudar Israel e a Ucrânia, para enfrentar a China e para responder às chegadas de migrantes na fronteira sul.
Deste montante, mais de 60 mil milhões de dólares devem ir para a Ucrânia, da qual os EUA são de longe o principal apoiante desde a invasão da Rússia no final de fevereiro de 2022.
A Casa Branca está empenhada em garantir o financiamento da ajuda à Ucrânia pelo menos até às eleições presidenciais de novembro de 2024, o que poderá colocar novamente Joe Biden contra o antigo Presidente Donald Trump.
Mas as medidas estão bloqueadas devido ao impasse político no Congresso, composto pelo Senado (câmara alta) com maioria democrata e pela Câmara dos Representantes (câmara baixa) com maioria republicana.
Durante a visita de dois dias, Cameron vai anunciar 37 milhões de libras (43 milhões de euros) de financiamento humanitário para a Ucrânia, que juntam-se ao reforço de 29 milhões de libras (34 milhões de euros) para o inverno e 7,75 milhões de libras (nove milhões de euros) para atividades relacionadas com mulheres, raparigas, idosos e pessoas com deficiência.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, Cameron e Blinken também vão discutir o conflito no Médio Oriente e a necessidade de uma "solução a longo prazo que permita que israelitas e palestinianos vivam juntos em paz".
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