Brasil realça que acordo do Mercosul com UE tem "dimensão estratégica"
O ministro das Relações Exteriores do Brasil disse hoje que o acordo comercial entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE) possui dimensão estratégica, durante uma cimeira do bloco sul-americano a decorrer no Rio de Janeiro.
© Lusa
Mundo MERCOSUL
"Para o Mercosul, o acordo de associação com a União Europeia possui uma dimensão estratégica inequívoca. Com esse instrumento, estamos reforçando a identidade do nosso bloco como um ator económico global," disse Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil.
O representante do Brasil discursou na abertura de uma reunião com ministros de Estado do Mercosul, bloco do qual são membros também a Argentina, o Paraguai e o Uruguai.
Vieira falou sobre o que considerou importantes avanços nas negociações do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, sem referir que as negociações não devem chegar a um entendimento este ano, conforme desejava o Governo brasileiro.
"O acordo será um ponto de inflexão não apenas na relação birregional como também na dinâmica económica das duas regiões. Estamos lançando as bases de uma integração de cadeias produtivas nos dois lados, e nos dois sentidos. Há ganhos a serem obtidos pelas economias do Mercosul no mercado europeu, tanto para ampliar as exportações, como também para aquisição de tecnologias que deverão aprimorar a nossa competitividade", explicou.
O ministro brasileiro também citou a assinatura de um memorando de entendimento entre o Mercosul e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) num acordo quadro que terá em consideração projetos atuais e a desenvolver no futuro entre países membros dos dois grupos.
"Como membro fundador de ambas as organizações, é uma satisfação especial para o Brasil que esse memorando seja assinado durante a presidência brasileira do Mercosul. Agradeço a presença e o apoio do Secretário Executivo da CPLP, Zacarias da Costa", disse.
Vieira expressou satisfação ao registar a aprovação, por parte do Brasil, do Protocolo de Adesão da Bolívia ao Mercosul.
"Ao longo da Presidência 'pró-pempore' brasileira, demos continuidade às discussões de caráter técnico sobre a agenda de incorporação de normas por parte da Bolívia (...) Aproveito para assegurar que a Bolívia pode contar com o apoio do Governo brasileiro ao longo desse processo", destacou.
Falando sobre ações que considerou positivas para o fortalecimento do bloco sul-americano durante a presidência 'pró-tempore' do Brasil, que terminaquinta-feira, 07 de dezembro, o ministro brasileiro mencionou o acordo de livre comércio com Singapura, que será assinado neste mesmo encontro dos países membros do Mercosul no Rio de Janeiro.
"Trata-se do primeiro instrumento dessa natureza que o bloco assina desde 2011, quando concluímos a negociação com a Palestina", disse.
Vieira lembrou que houve ainda na gestão do Brasil a assinatura de acordos comerciais do Mercosul com os países da Comunidade Andina em complemento aos acordos firmados nos anos 1990, com o Chile e a Bolívia, além de outras iniciativas para aproximar o Mercosul comercialmente de países do Caribe.
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