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Peru. Tribunal Interamericano quer rever ordem de libertação de ex-líder

O Tribunal Interamericano de Direitos Humanos (TIDH) pediu ao Peru que se abstenha de libertar o ex-presidente Alberto Fujimori, que cumpre uma pena de 25 anos por crimes contra a humanidade, anunciou hoje a instituição.

Peru. Tribunal Interamericano quer rever ordem de libertação de ex-líder
Notícias ao Minuto

19:35 - 06/12/23 por Lusa

Mundo Peru

O Tribunal Constitucional do Peru ordenou na terça-feira a libertação de Fujimori, cuja pena está relacionada com o assassinato de 25 peruanos pelo esquadrão da morte na década de 1990.

Fujimori, 85 anos, foi presidente do Peru entre julho de 1990 e novembro de 2000.

O Peru é convidado a "abster-se de executar" a ordem de libertação até que o TIDH "tenha todos os elementos necessários" para verificar se a decisão respeita as condições de decisões anteriores, segundo uma nota do tribunal.

A decisão do tribunal com sede na Costa Rica foi assinada na terça-feira pelo respetivo presidente, Ricardo Pérez Manrique, segundo a agência francesa AFP.

Com a decisão de terça-feira, que não é passível de recurso, o Tribunal Constitucional peruano restabeleceu o perdão concedido a Fujimori em 2017, que foi revogado dois anos depois pelo Supremo Tribunal.

O Governo da Presidente peruana, Dina Boluarte, manteve-se hoje em total silêncio sobre o caso Fujimori, de acordo com a agência espanhola EFE.

Fujimori foi condenado em 2009 a 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos.

Foi acusado de ser o mentor do assassinato de 25 peruanos por um esquadrão da morte militar durante o seu governo, entre 1990 e 2000, enquanto lutava contra os rebeldes comunistas do Sendero Luminoso.

Um indulto que lhe foi concedido em 2017, pelo então presidente Pablo Kuczynski, foi anulado por pressão do Tribunal Interamericano dos Direitos Humanos.

Fujimori está na prisão de Barbadillo, situada num quartel da polícia da capital, Lima.

A família do antigo chefe de Estado solicitou repetidamente que fosse libertado por razões de saúde.

O antigo presidente sofre de problemas respiratórios e neurológicos, incluindo paralisia facial, e de tensão arterial elevada.

Fujimori foi hospitalizado várias vezes nos últimos anos, a última das quais em fevereiro, devido a um "batimento cardíaco irregular", segundo a AFP.

Alberto Fujimori governou o Peru com mão de ferro mas, perante a crescente oposição, fugiu para o Japão em novembro de 2000, país de onde é originária a família.

Alberto Fujimori anunciou a renúncia à presidência por fax.

Extraditado do Chile durante uma visita ao país em 2007, foi condenado e preso dois anos depois.

Leia Também: TC do Peru ordena libertação de ex-presidente Fujimori

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