A partir do Pavilhão da Energia, onde se encontra o stand da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), diferentes grupos iniciaram a marcha, entoando palavras de ordem como "cessar-fogo já", para travar a guerra em curso em Gaza, bem como o fim dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás).
O protesto, fortemente protegido por pessoal de segurança da ONU, ocorreu na chamada Zona Azul da cimeira, que está sob mandato da ONU.
Por lei, os protestos são proibidos nos Emirados Árabes Unidos.
Usando o típico lenço palestiniano - um acessório que se tornou um símbolo e que outras pessoas usaram durante o protesto - o diretor executivo da ONG War on Want, Asad Rehman, disse à agência EFE que este grande protesto demorou mais de uma semana a realizar-se porque foram "censurados e silenciados" para não falarem sobre a Palestina.
Questionada pela EFE, a Agência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas - que organiza a cimeira - ainda não respondeu a esta afirmação.
O Código de Conduta da ONU, aceite aquando da acreditação para a COP, inclui a exigência de "não utilizar os locais da UNFCCC para manifestações não autorizadas".
Por outro lado, o início do fim dos combustíveis fósseis é um dos temas mais quentes da conferência do Dubai e também esteve presente na marcha, que incluiu ainda um minuto de silêncio pelas vítimas do conflito na Faixa de Gaza.
"Sem o abandono dos combustíveis fósseis, a justiça climática será cada vez mais distante e difícil de ser alcançada", disse Karla Maass Wolfenson, assessora de defesa da Climate Action Network (CAN) para a América Latina.
Não só porque os povos e comunidades mais vulneráveis e menos responsáveis continuarão a sofrer os efeitos e impactos da crise climática, mas também porque, como vemos na COP, os países industrializados se recusam a financiar, liderar a transição e assumir a sua responsabilidade", afirmou.
A União Europeia (UE) afirmou que vai defender até ao último momento que esta conferência resulte num acordo claro sobre o início do fim dos combustíveis fósseis porque, segundo os seus representantes, a ciência diz que "não há alternativa" para combater o aquecimento global.
Por outro lado, países-chave nas negociações sobre o clima devido ao seu peso internacional, como a Rússia, a Índia, a China e a Arábia Saudita, evitaram hoje revelar a sua posição sobre o futuro dos combustíveis fósseis antes do plenário da COP28.
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