"Sabemos que a família (de Mahsa Amini) está privada dos seus passaportes. A presidente (Roberta Metsola) tem sido muito ativa, em coordenação com outras instituições europeias, a tentar modificar esta decisão para permitir que possam vir ao Parlamento", declarou o porta-voz Jaume Duch num encontro com jornalistas na véspera da entrega do Prémio Sakharov a familiares da jovem iraniana morta no ano passado.
"Estamos a insistir até ao último minuto e vamos ver o que acontece", acrescentou o porta-voz, escusando-se a dar mais pormenores sobre a proibição, divulgada no sábado, de saída do Irão dos familiares da jovem iraniana curda, que morreu após ter sido detida sob a acusação de uso inapropriado do véu islâmico.
Os pais e o irmão de Mahsa Amini foram "proibidos de embarcar no voo que os levaria a França para a cerimónia de entrega do Prémio Sakharov", disse Chirinne Ardakani, advogada da família em França.
O Parlamento Europeu atribuiu em outubro o Prémio Sakharov a Mahsa Amini e ao movimento "Mulheres, Vida e Liberdade", que tem sido reprimido de forma violenta pelas autoridades iranianas.
Mahsa Amini morreu em 16 de setembro de 2022, três dias depois de ter sido detida pela polícia de costumes iraniana por usar um véu que não lhe assentava bem.
A morte da jovem de 22 anos deu origem a meses de manifestações em grande escala contra os líderes políticos e religiosos do Irão, cuja repressão resultou em centenas de mortes e milhares de detenções.
O Prémio Sakharov é a mais alta distinção da União Europeia em matéria de direitos humanos.
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