A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que Wu, vice-presidente do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China, transmitiu as felicitações de Xi a Milei.
O novo presidente argentino agradeceu ao homólogo chinês, Xi JInping, o facto de ter enviado um representante à sua tomada de posse, assegurando ao mesmo tempo ao seu interlocutor que o novo governo do país sul-americano "atribui grande importância" às suas relações com a China, afirmou Mao.
Segundo a porta-voz, Milei, que afirmou nos últimos anos que "não faria negócios com a China" e que o corte de relações com o país asiático "não seria uma tragédia macroeconómica", informou o enviado especial de Xi da sua vontade de "promover mais intercâmbios e cooperação" com Pequim "em vários domínios".
O presidente argentino também garantiu que a Argentina "seguirá firmemente a política de 'Uma só China'", segundo Mao. Aquela política é vista por Pequim como uma garantia de que Taiwan não é reconhecida como entidade política soberana.
Wu participou na inauguração de Milei em Buenos Aires na segunda-feira, a convite das autoridades argentinas.
O ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse no mês passado que seria um "grande erro" para a Argentina cortar laços com "países tão grandes como o Brasil e a China", uma possibilidade sugerida nos últimos meses por Milei e alguns de seus assessores.
Pequim e Buenos Aires mantiveram boas relações nos últimos anos: a Argentina aderiu no ano passado à Iniciativa Faixa e Rota, um gigantesco projeto de infraestruturas que se tornou parte central da política externa chinesa.
A China tem investimentos na Argentina em áreas estratégicas como as infraestruturas e a exploração mineira. Os dois países têm também um acordo através do qual o país sul-americano paga à Argentina as suas exportações na moeda chinesa, o yuan, e não em dólares.
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