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Câmara dos Representantes dos EUA abre inquérito de impeachment a Biden

Câmara dos Representantes norte-americana conta com maioria Republicana. A votação terminou com a contagem final de 221 votos a favor e 212 contra.

Câmara dos Representantes dos EUA abre inquérito de impeachment a Biden
Notícias ao Minuto

23:09 - 13/12/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo EUA

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, controlada pelo Partido Republicano, aprovou, esta quarta-feira, a abertura formal de um inquérito de destituição do presidente Joe Biden.

A votação terminou com a contagem final de 221 votos a favor e 212 contra.

O presidente da câmara baixa do Congresso havia justificado a decisão dos Republicanos com a recusa da Casa Branca dos seus pedidos de informação.

O inquérito tem como objetivo analisar se o presidente dos EUA beneficiou de forma ilegal dos negócios de familiares no estrangeiro. Até agora, as investigações não produziram qualquer prova de más práticas por parte de Biden.

"O poder de impeachment cabe exclusivamente à Câmara dos Representantes. Se a maioria da Câmara diz agora que estamos num inquérito oficial de impeachment como parte do nosso dever constitucional de supervisão, isso tem peso", disse Jim Jordan, congressista do Ohio e líder da Comissão Judicial da Câmara dos Representantes, em declarações aos jornalistas.

A investigação já tinha sido aberta unilateralmente em setembro pelo então presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, mas só agora a oposição Republicana deu a sua validação numa sessão plenária, esperando que essa oficialização facilite o seu acesso a informações, documentos e depoimentos. 

"A Casa Branca está a bloquear testemunhos importantes", criticou o presidente da Comissão de Supervisão da Câmara dos Representantes, James Comer, um dos três congressistas que lideram esta investigação e qualificou-a como "importante e necessária".

O atual presidente da câmara baixa do Congresso, Mike Johnson, havia justificado a decisão dos Republicanos de proceder à votação com a recusa da Casa Branca aos seus pedidos para obter mais informação.

Apesar de nos últimos meses vários Republicanos terem manifestado publicamente dúvidas em relação a esta investigação, a oposição conseguiu fazer aprovar o inquérito.

Biden é acusado de ter usado sua influência ao longo de sua carreira política para favorecer os negócios no exterior dos seus familiares, especialmente do seu filho Hunter Biden

Embora a investigação tenha levantado questões éticas, não surgiram provas de que Biden tenha agido de forma corrupta ou aceitado subornos no seu cargo atual ou no cargo anterior como vice-presidente.

Contudo, a oposição acusa o Presidente Democrata de ter usado a sua influência quando era vice-presidente dos Estados Unidos no Governo de Barack Obama (2009-2017) para ajudar o seu filho Hunter e outros familiares em alegados negócios irregulares com países "inimigos", como a China.

Durante a investigação, Mike Johnson disse que os três comités que foram instaurados concluíram que a família Biden recebeu mais de 15 milhões de dólares (13,7 milhões de euros) de empresas e Governos estrangeiros da Ucrânia, Rússia, Cazaquistão, Roménia e China entre 2014 e 2019. Os seus sócios teriam recebido outros nove milhões de dólares (8,27 milhões de euros).

Hunter Biden tinha sido convocado esta quarta-feira para testemunhar à porta fechada a este respeito, mas não cumpriu a intimação, alegando que pretende que o seu depoimento seja público.

Ao autorizar o inquérito, os Republicanos garantem que a investigação de 'impeachment' se estenda até 2024, quando Biden concorrerá à reeleição, havendo uma grande probabilidade de voltar a enfrentar o ex-presidente Donald Trump, também ele alvo de dois processos de destituição durante o seu período na Casa Branca. 

Trump esteve entre as vozes que mais pressionou o Partido Republicano para agir rapidamente em relação ao 'impeachment' de Biden.

Os Democratas da Câmara dos Representantes opuseram-se hoje a este inquérito, avaliando que se trata de um "golpe político extremo, sem credibilidade, nem legitimidade, nem integridade", conforme classificou o congressista Jim McGovern, durante um debate no plenário.

"Estas pessoas não trabalham para os americanos, mas para Donald Trump", lamentou ainda o Democrata, para quem a investigação em curso é uma continuação da "cruzada" empreendida pelos Republicanos para reverter os resultados das eleições presidenciais de 2020.

A Constituição dos Estados Unidos afirma que o Presidente pode ser destituído do cargo num julgamento de 'impeachment' se cometer "crimes graves ou contravenções".

Se a investigação gerar resultados, a Câmara dos Representantes terá de votar sobre a possibilidade de apresentar acusações contra o atual Presidente, mas o poder de destituir o o chefe de Estado do país recai posteriormente sobre o Senado, onde os Democratas têm atualmente o controlo, tornando improvável a destituição de Biden.

[Notícia atualizada às 23h49]

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