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Israel avisa que guerra em Gaza durará "mais do que alguns meses"

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, avisou hoje que a guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza vai durar "mais do que alguns meses".

Israel avisa que guerra em Gaza durará "mais do que alguns meses"
Notícias ao Minuto

18:32 - 14/12/23 por Lusa

Mundo Israel

Gallant emitiu tais declarações num encontro com o responsável norte-americano, o conselheiro da Casa Branca para a Segurança Nacional, Jake Sullivan, enviado para expressar a preocupação de Washington com o elevado número de vítimas civis no território palestiniano sitiado.

"O Hamas é uma organização terrorista que foi construída ao longo de uma década para combater Israel e que criou infraestruturas subterrâneas e aéreas que não é fácil destruir. Vai levar tempo - mais do que alguns meses -, mas vamos derrotá-lo e destruí-lo", sustentou Gallant.

Antes de aterrar em Jerusalém, onde se reuniu com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, Sullivan já tinha sugerido que o Exército de Israel deve encontrar uma forma de reduzir a intensidade dos seus bombardeamentos à Faixa de Gaza.

O Governo israelita declarou guerra ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- em retaliação ao ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado hebraico, em 1948, perpetrado em território israelita por combatentes daquele grupo a 07 de outubro, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, segundo as autoridades.

O número de mortos em Gaza aproxima-se agora dos 18.800 -- 70% dos quais mulheres, crianças e adolescentes --, vítimas dos intensos bombardeamentos israelitas daquele enclave palestiniano pobre, segundo o Ministério da Saúde local.

O Exército indicou ter hoje efetuado "ataques cirúrgicos" a vários locais nos arredores de Khan Yunes, a grande cidade do sul da Faixa de Gaza.

De acordo com o Ministério da Saúde tutelado pelo Hamas, 67 pessoas foram mortas durante a noite em todo o território.

O Secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, também é esperado em breve em Israel, ao passo que a ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, deverá deslocar-se ao Líbano no sábado e a Israel no domingo.

A 07 de outubro, o Exército israelita lançou uma campanha de ataques aéreos devastadores à Faixa de Gaza e, desde 27 de outubro, tem vindo a conduzir uma ofensiva terrestre paralela contra o Hamas, inicialmente concentrada no norte e em seguida alargada a todo o território.

No dia do ataque do Hamas a Israel, cerca de 240 pessoas foram também sequestradas e levadas para Gaza, 135 das quais, segundo o Exército, se encontram ainda nas mãos do Hamas e de grupos afiliados, após a libertação de 110 reféns durante uma trégua de sete dias que terminou a 01 de dezembro.

O Exército israelita anunciou hoje que 116 soldados morreram desde o início da ofensiva terrestre em Gaza.

Após uma resolução não-vinculativa aprovada na terça-feira por uma esmagadora maioria pela Assembleia-Geral da ONU apelando para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, as iniciativas diplomáticas têm-se multiplicado.

Os Estados Unidos - fervorosos apoiantes dos israelitas e contra um cessar-fogo imediato, que, segundo Washington, deixaria o Hamas a controlar o território -- expressaram nos últimos dias a sua impaciência, com o Presidente, Joe Biden, a criticar os "bombardeamentos indiscriminados" e a referir uma possível "erosão" do apoio ocidental a Israel.

Na Faixa de Gaza, os civis estão a concentrar-se em áreas cada vez mais exíguas, procurando escapar aos bombardeamentos e confrontando-se com condições humanitárias desesperadas.

Segundo a ONU, cerca de 85% dos 2,4 milhões de habitantes do pequeno território sobrepovoado encontram-se deslocados: viram-se forçados a abandonar as suas casas e fugir, muitos deles várias vezes desde o início da ofensiva israelita.

Israel impôs a 09 de outubro um cerco total à Faixa de Gaza, que causou graves problemas de escassez de vários produtos: comida, água potável, eletricidade, medicamentos e combustível.

A ONU não tem parado de repetir que a ajuda humanitária é insuficiente e que a sobrelotação dos campos onde estão refugiadas dezenas de milhares de deslocados está a desencadear doenças, além da fome e da ausência de cuidados médicos.

A ajuda, cuja entrada no enclave palestiniano depende da autorização de Israel, entra apenas em quantidades muito reduzidas pelo posto fronteiriço de Rafah, com o Egito -- o único que as autoridades israelitas não controlam -, estando o acesso ao resto do território cortado pelos combates.

O Cogat, o organismo do Ministério da Defesa israelita encarregado dos assuntos civis palestinianos, garantiu contudo na rede social X (antigo Twitter) que o Exército tem autorizado "pausas para fins humanitários, a fim de permitir que os civis reabasteçam as suas reservas, nomeadamente de alimentos e água".

Na Cisjordânia ocupada, onde 270 palestinianos foram desde 07 de outubro mortos pelo Exército e por colonos israelitas, a violência intensificou-se mais ainda, tendo um 'raid' israelita feito nos últimos dias 11 mortos, segundo a Autoridade Palestiniana.

Leia Também: Faixa de Gaza sem comunicações nem Internet pela quinta vez

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