"A possível instalação de um contingente militar norte-americano na Finlândia representa uma ameaça para a Rússia e provocará tensões desnecessárias entre os dois países vizinhos", declarou o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitry Peskov, em conferência de imprensa, citado pela agência de notícias russa Interfax.
"Só podemos lamentar, porque realmente tínhamos excelentes relações com a Finlândia", disse Peskov, observando que esta nova situação era inevitável, depois da adesão da Finlândia à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).
"Agora que a Finlândia se tornou membro da NATO, a infraestrutura militar da NATO já está a entrar na Finlândia, e isso representa uma ameaça para nós, obviamente", afirmou.
Esta semana, a Finlândia anunciou um acordo de cooperação em matéria de defesa e segurança com os Estados Unidos, cuja ratificação está prevista para 18 de dezembro.
Como partes da Aliança Atlântica, os dois Estados realizarão manobras militares conjuntas e poderão transferir tropas e equipamentos de forma mais simplificada.
Washington também se reserva a possibilidade de utilizar o território finlandês para levar a cabo operações e armazenar armamento e equipamento militar.
As relações entre a Rússia e a Finlândia não atravessam um bom momento. Esta semana, o Governo de Helsínquia voltou a encerrar todos os seus postos fronteiriços, após a efémera reabertura de dois deles (de um total de nove). Helsínquia acusa Moscovo de fomentar a imigração ilegal para desestabilizar a situação nas suas fronteiras.
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