Milhares de georgianos celebram estatuto de país candidato à UE

Dezenas de milhares de georgianos saíram hoje às ruas para celebrar a concessão ao país do estatuto de Estado candidato à adesão à União Europeia (UE), decisão anunciada na quinta-feira pelo Conselho Europeu em Bruxelas.

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Lusa
15/12/2023 16:48 ‧ 15/12/2023 por Lusa

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UE/Cimeira

O primeiro-ministro georgiano, Irakli Garibashvili, dirigiu-se aos manifestantes, que empunhavam bandeiras da Geórgia e da UE na Praça da Liberdade, em Tiblissi, juntando-se ao coro dos que gritavam "Europa, Europa, Europa!".

"Alcançámos uma vitória histórica. Nós, o Governo e o povo, lutámos e trabalhámos arduamente para alcançá-la. Merecemo-la", afirmou.

Garibashvili reconheceu que o caminho "foi difícil", já que foi sempre salpicado por "muitos inimigos internos e externos", mas ficou satisfeito por Tbilissi nunca ter "tido de se ajoelhar" para atingir o seu objetivo.

"O principal é que evitámos a guerra, mantivemos a paz, defendemos o nosso país, reforçámos a independência e a soberania da Geórgia. A partir de hoje somos um país europeu. Obrigado aos nossos amigos na Europa e na América, que apoiaram esta decisão histórica e justa", sublinhou.

O primeiro-ministro elogiou ainda o embaixador da UE em Tbilissi, Pawel Herczynski, que recomendou aos políticos georgianos que começassem a trabalhar e a realizar rapidamente reformas.

Lembrando que no brasão da Geórgia figura a frase "A força está na unidade", Irakli Garibashvili apelou a todos os georgianos para que se unam na prossecução do objetivo comum, numa clara alusão ao Governo e à oposição, que têm estado em desacordo.

? Uma demonstração de que o país está longe de estar unido é que o Governo não convidou para o evento a Presidente, a pró-europeia Salomé Zurabishvili, a quem recentemente tentou destituir no parlamento.

No entanto, Zurabishvili foi à praça para celebrar com os seus concidadãos "o importante passo em direção à Europa".

No ano passado, a UE apenas reconheceu a "perspetiva europeia" da Geórgia, enquanto a Ucrânia e a Moldova receberam o estatuto de candidatas, o que se deveu às fortes divisões na sociedade georgiana, em grande parte por causa da detenção, há dois anos, do ex-Presidente Mikhail Saakashvili, hospitalizado desde maio passado.

A Moldova, país que recebeu luz verde na quinta-feira por parte de Bruxelas para o início de negociações formais de adesão, avançou primeiro que a Geórgia no caminho europeu, colocando-se na linha da frente do apoio à Ucrânia na guerra em curso com a Rússia, enquanto Tbilissi tomou decisões controversas, como o restabelecimento da comunicação aérea com Moscovo.

O Conselho Europeu anunciou igualmente na quinta-feira um acordo para a abertura das negociações de adesão da Ucrânia, depois de superar um primeiro bloqueio do primeiro-ministro húngaro, Victor Órban, que abandonou a sala no momento da votação para evitar pronunciar-se, permitindo assim que a decisão avançasse por unanimidade.

Leia Também: Kremlin diz que adesão de Ucrânia e Moldova visa prejudicar Rússia

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