OMS alerta: "Não há nenhum hospital a funcionar" no norte de Gaza
O hospital Al-Ahli Arab, um dos últimos ainda em atividade na região, deixou de funcionar na quarta-feira após um assalto pelo exército israelita.
© Reuters
Mundo Israel/Palestina
A Organização Mundial de Saúde (OMG) afirmou esta quinta-feira que o norte da Faixa de Gaza não tem nenhum hospital em funcionamento na sequência de mais de dois meses de ataques israelitas.
"De facto, já não há nenhum hospital a funcionar no norte. O Al-Ahli Arab era o último, mas agora não está minimamente funcional", afirmou Richard Peeperkorn, representante da OMS em Gaza, em declarações aos jornalistas através de uma videochamada.
Os hospitais tornaram-se um dos principais focos de tensão entre os dois polos do conflito, em novembro, quando as Forças de Defesa de Israel (FDI) acusaram o Hamas de utilizar o al Shifa e outras instalações médicas como centros de comando e controlo, além de levarem a cabo operações militares no interior e exterior dessas instalações, reporta a Sky News.
Embora as FDI tenham afirmado ter encontrado túneis e armamento que pertence ao Hamas, o grupo tem vindo a negar os factos.
Milhares de pessoas foram obrigadas a refugiar-se nos hospitais devido aos ataques israelitas. Neste sentido, a capacidade de tratar eficazmente as centenas de feridos que estão no local fica enormemente restringida.
A sobrelotação das unidades médicas deve-se ainda a uma enorme escassez de material, muitos tendo declarado uma 'falta crónica' de produtos básicos, como ligaduras e analgésicos.
Enquanto Israel alega que permite a entrada de ajuda suficiente no enclave, o Hamas alegadamente confisca e esconde os abastecimentos para asfixiar ainda mais Gaza e criar uma crise humanitária, que será atribuída a Israel.
O Governo do Hamas, no poder em Gaza desde 2007, anunciou na quarta-feira que as operações militares israelitas na Faixa de Gaza fizeram 20 mil mortos desde o início da guerra, a 7 de outubro, contabilizando também 52.600 feridos.
Israel declarou guerra ao Hamas, em retaliação ao ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado, em 1948, perpetrado a 7 de outubro pelo grupo em território israelita, que fez 1.139 mortos, na maioria civis, de acordo com o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Cerca de 250 pessoas foram também sequestradas nesse dia e levadas para Gaza, 129 das quais se encontram ainda em cativeiro, pelo movimento, considerado uma organização terrorista pela UE, pelos EUA e por Israel, acrescentaram.
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