Bassem Ghaben, diretor do posto de passagem de Karam Abu Salem (Kerem Shalom em hebraico), foi morto juntamente com outras três pessoas "quando aviões israelitas atacaram a infraestrutura", indicou a administração responsável pelos postos de passagem e o ministério da Saúde do Hamas.
Questionados pela AFP, o exército israelita e a Cogat, organismo do Ministério da Defesa israelita responsável pelos assuntos civis palestinianos, não responderam até ao momento.
Israel aprovou na sexta-feira a entrega "temporária de parte da ajuda humanitária à Faixa de Gaza através da sua passagem fronteiriça Kerem Shalom, abrindo assim uma nova rota de abastecimento além da principal, o ponto de Rafah entre o Egito e Gaza.
"Vimos hoje [quinta-feira] um ataque de 'drones' no lado palestiniano de Karem Abu Salem que impede a Unrwa (agência da ONU para os refugiados palestinianos) de receber os camiões" de ajuda, comentou Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.
"Compreendemos que vários palestinianos que trabalhavam no ponto de passagem foram mortos", observou, acrescentando que o Programa Alimentar Mundial (PAM) suspendeu as suas atividades.
Comentando a abertura do Kerem Shalom, o enviado da ONU para a região, Tor Wennesland, saudou na terça-feira as medidas israelitas que foram "positivas", mas "longe de serem suficientes", tendo em vista do que é necessário para lidar com a catástrofe humana no terreno.
A ONU estima que quase 1,9 milhões de pessoas estão deslocadas na Faixa de Gaza, ou 85% da população.
Israel declarou guerra ao Hamas em resposta ao ataque sem precedentes levado a cabo em 07 de outubro pelo movimento palestiniano no seu território, que provocou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada nos últimos números oficiais israelitas.
De acordo com o movimento islamista palestiniano, no poder em Gaza desde 2007, as operações militares israelitas no pequeno território sitiado provocaram 20.000 mortos.
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