Dia de luto declarado. Praga e o mundo reagem a tiroteio na capital checa

A República Checa definiu 23 de dezembro como dia de luto nacional pelas vítimas de um tiroteio na capital, Praga, em que morreram 14 pessoas.

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© Tomas Tkacik/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Notícias ao Minuto
22/12/2023 08:45 ‧ 22/12/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Tiroteio em Praga

Um estudante de 24 anos protagonizou, na noite de quinta-feira, um tiroteio na Universidade Carolina de Praga que resultou na morte de 14 pessoas, gerando ondas de choque na República Checa e no mundo inteiro. Contaram-se ainda 25 feridos resultantes, dos quais 10 estão em estado grave.

O suspeito, que terá matado o próprio pai horas antes do tiroteio, foi encontrado morto no local pela polícia, investigando-se agora se se terá tratado de um suicídio ou se terá sido abatido numa troca de tiros com as autoridades. A possibilidade de terrorismo foi, entretanto, descartada pelas autoridades.

O presidente checo, Petr Pavel, decretou um dia de luto nacional, que vai decorrer no sábado, 23 de dezembro, com as bandeiras a meia-haste nos edifícios governamentais e um minuto de silêncio marcado para o meio-dia (11h00 em Portugal continental).

"Expresso a minha grande tristeza junto com a raiva impotente pela perda desnecessária de tantas vidas jovens. Gostaria de expressar as minhas sinceras condolências a todos os familiares das vítimas, a todos os que estiveram presentes neste trágico incidente, o mais trágico da história da República Checa", disse Pavel, citado pela Al Jazeera.

Os acontecimentos

Segundo o relato da agência Reuters, a polícia recebeu uma denúncia nas primeiras horas de quinta-feira, a alertar que o suspeito - que seria um aluno assíduo e com sucesso académico, sem registo criminal -  iria provavelmente deslocar-se até Praga com intenções de se suicidar, tendo o corpo do seu pai sido descoberto pouco depois.

O edifício da Faculdade de Artes da universidade onde aconteceu o tiroteio, e onde o suspeito tinha agendada uma aula, foi evacuado, mas as autoridades acabaram por ser chamadas para o edifício principal da universidade, chegando ao local minutos após o alerta do tiroteio.

Segundo o chefe da polícia checa, Martin Vondrasek, citado pela Reuters, as autoridades tinham "informação não confirmada de uma conta nas redes sociais de que terá sido inspirado, supostamente, por um ataque terrorista na Rússia no outono deste ano". Vondrasek tinha porte legal de várias armas de fogo.

"Sempre pensamos que isto era algo que não nos dizia respeito. Agora parece que, infelizmente, o nosso mundo está a mudar também e o problema dos atiradores individuais está a emergir aqui também", reagiu, por sua vez, o autarca de Praga, Bohuslav Svoboda, à Televisão Checa.

Já uma das testemunhas do ataque, um homem de 43 anos, confessou à Reuters que ouviu, inicialmente, um "par de estrondos", mas não os associou a um tiroteio. Achava, aliás, que seriam turistas, ou então a gravação de um filme, que ouviu inicialmente poderia estar ligado a turistas.

"De repente, havia estudantes e professores a correr para fora do prédio [da universidade]. Atravessei a multidão sem perceber o que realmente estava a acontecer. Não estava pronto para admitir que algo assim pudesse acontecer em Praga", disse, revelando que as autoridades no local começaram a gritar para "fugir".

As reações, em Portugal e no mundo inteiro

Por cá, tanto o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, como o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, reagiram à tragédia. Marcelo "expressou solidariedade para com as vítimas e as suas famílias após o hediondo ataque", ao passo que Costa disse-se "profundamente chocado com trágico tiroteio".

Gomes Cravinho, por sua vez, declarou-se "chocado" com este "ato de violência sem sentido".

Já no panorama internacional, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, mostrou "total solidariedade" para com a República Checa e o seu governo, desejando uma "recuperação total e rápida" aos feridos resultantes; e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, lamentou "relatos chocantes de acontecimentos trágicos em Praga", onde "pessoas inocentes foram mortas e feridas".

Das instituições europeias, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reagiu ao acontecimento, mostrando-se "chocada" com a "violência sem sentido", o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, enviou condolências aos familiares das vítimas e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, escreveu uma mensagem em checo na rede social X (antigo Twitter), mostrando-se "profundamente horrorizada" com o ataque.

Leia Também: Guterres expressa condolências por tiroteio que fez 14 mortos em Praga

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