Enquanto prossegue o conflito com o grupo islamita Hamas -- que dura há quase três meses --, o Executivo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lança planos para o que classifica de migração "voluntária" de alguns dos 2,3 milhões de habitantes que queiram sair da Faixa de Gaza, segundo o jornal.
As autoridades israelitas estariam a ter contactos com vários países que poderiam aceitar milhares de habitantes da Faixa de Gaza.
"A República do Congo estará disposta a receber migrantes e estamos em negociações com outros países", disse uma fonte do Gabinete de Segurança israelita ao Times of Israel.
A crise humanitária causada pela guerra em Gaza deixou a sua população numa situação insustentável, praticamente sem alimentos, água potável, suprimentos médicos ou combustível devido ao cerco israelita que limita a entrada de ajuda humanitária.
A maioria dos hospitais está a funcionar no seu limite ou está fora de serviço devido à falta de eletricidade, de gasolina, de material médico e de muitos medicamentos para tratar os feridos e doentes.
Desde o início da guerra, em 07 de outubro, quando o Hamas realizou um ataque surpresa em Israel que matou cerca de 1.200 pessoas, a ofensiva israelita no enclave palestiniano deixou pelo menos 22.300 mortos e mais de 57.200 feridos.
Estima-se também que milhares de palestinianos desaparecidos tenham morrido e os seus corpos estejam sob os escombros de edifícios destruídos, mas que ainda não foram resgatados.
Os ataques do exército de Israel em Gaza deixaram uma paisagem de devastação sem precedentes dentro do enclave, enquanto grupos de extrema-direita israelitas e ministros do próprio Governo solicitaram abertamente, nos últimos dias, a saída dos habitantes de Gaza para abrir caminho a colonatos israelitas.
O Ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, e o Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, fizeram declarações neste sentido.
Até agora, uma pequena parte da população de Gaza conseguiu sair da Faixa através do Egito, mas este país - o único que faz fronteira com a Faixa de Gaza para além de Israel - recusa-se a dar acesso a um grande número de palestinianos por receio que mais tarde Israel não lhes permita o seu regresso.
Leia Também: HRW acusa Telavive de manter incomunicáveis milhares de trabalhadores